Saúde de Macaé toma ações contra gripe suína

08/05/2009 16:28:35 - Jornalista: Leonardo Cosendey

Profissionais de unidades de saúde básica e emergencial de Macaé se reuniram esta semana no auditório do Centro de Estudos do Hospital Público Municipal de Macaé (HPM) para um treinamento sobre o atendimento a pacientes com a gripe suína. Apesar de os quatro casos confirmados no país até agora não estarem próximos ao município, a secretaria de Saúde (Semusa) resolveu adiantar-se devido às suas particularidades.

– Em Macaé há grande trânsito de estrangeiros. Por isso, convocamos uma reunião com a Polícia Federal, a Anvisa e a Secretaria de Pesca para traçar nossas metas, antes mesmo da determinação do governo estadual, diz o secretário municipal de Saúde, Eduardo Cardoso.

Do plano traçado pela Secretaria, fazem parte um folder explicativo da doença em português, inglês e espanhol, que já está sendo distribuído, e a criação de um serviço telefônico gratuito para orientar a população. Além disso, o secretário cogita a implantação de escritórios de busca ativa de possíveis infectados no aeroporto e na rodoviária.

– Na semana passada, estivemos numa reunião com a secretaria estadual de Saúde e vimos que a estratégia deles é bem semelhante à nossa. Por isso, sei que estamos no rumo certo, complementa o secretário.

Treinamento de profissionais

Nos dois dias do treinamento, coordenadores de unidades de emergência e médicos e enfermeiros de unidades básicas participaram de uma palestra com o infectologista André Luiz Faria, da emergência do HPM. Durante duas horas, ele falou sobre os principais sintomas dos diferentes tipos de gripe, bem como as providências a serem tomadas no caso de suspeita de gripe suína.

– É importante lembrar que não basta observar os sintomas, que são bem semelhantes aos da gripe comum. A principal diferença entre os tipos é o contato com alguém vindo de área de risco. Não há razão para nervosismo, basta atender corretamente, explica.

A princípio, as pessoas que apresentarem sintomas (febre alta, dores de cabeça, nos músculos e nas articulações, vômitos e diarréia) devem procurar o posto de saúde mais próximo. Hospitais só serão acionados no caso de piora no quadro clínico.

– Isso vale para os pacientes que apresentarem alguma complicação respiratória e necessitarem de internação. As unidades básicas irão encaminhar essas pessoas aos hospitais, eles não deverão ser procurados por elas desde o início, diz Márcia Amaral, diretora técnica do HPM.
Ela ressalta que, caso o hospital receba algum caso da doença, já está preparado para atendê-la. “Temos leitos de isolamento que atendem a pacientes de tuberculose, que também é grave e é relativamente comum numa cidade portuária como Macaé. Se for necessário, já estamos preparados”, completa.