Saúde inicia segunda parte do curso Teatro do Oprimido

29/04/2009 11:02:29 - Jornalista: Francisco Barbosa - estagiário

Começou, na terça-feira (28) e vai até quinta (30), a segunda parte do curso Teatro do Oprimido, com apoio da Secretaria de Saúde de Macaé e voltado para os profissionais do SUS que trabalham no Núcleo de Saúde Mental e Atenção Básica. O objetivo é usar a arte na melhoria da qualidade de vida dos pacientes. As oficinas acontecem no auditório da Escola Municipal Maria Isabel Damasceno Simão.

O projeto teve início no município em setembro de 2008, agora forma uma nova turma e sua continuidade vai até maio de 2010. Nesta fase, 40 profissionais participam do processo e, em breve, se tornarão novos multiplicadores da técnica, que já é praticada em mais de 70 países, rendendo ao seu criador, o brasileiro Augusto Boal, a indicação ao Prêmio Nobel da Paz, no ano passado.

A psicopedagoga Cláudia Simone ressalta que o teatro faz com que o diferente passe a se sentir incluído novamente na sociedade. “O que passamos para os profissionais é que um problema pode ser discutido de diferentes formas através da linguagem. A resposta dessa busca é encontrada pelo próprio paciente que retorna a ver a vida como protagonista que é”, disse.

Para Rejane Corrêa de Sá, integrante do Núcleo da Saúde, o aprendizado no curso ajuda bastante no trabalho. “O paciente que sofre algum tipo de transtorno precisa ser tratado da maneira correta e o curso nos ajuda a lidar bem com essa problemática”, revelou.

A novidade nesta etapa é que dois profissionais de Macaé estão ensinando as técnicas. É o caso do musicoterapeuta Nelson Cruz que conheceu o projeto em 2004 e já é multiplicador. “A oportunidade de trazer essas técnicas para a cidade é gratificante. Aprendemos a dar voz a quem historicamente não tinha”, ressaltou.

Nas próximas semanas, a população poderá conferir os resultados do curso, por meio do grupo teatral “Capazes, Iguais e Idealistas”, formado por 10 pacientes atendidos pela secretaria, que encenarão o espetáculo “Maluco, não”, passando por diversas escolas municipais.

Saúde Mental - Segundo pesquisa recente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 9% da população brasileira sofre de transtorno mental grave. Os mais acometidos por essas doenças são os indivíduos de classe social baixa, com pouca escolaridade e moradores das periferias das cidades. Já a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que os distúrbios do humor afetem cerca de 20% da população mundial e a cada ano são registrados dois milhões de novos casos. Em 2020, a depressão será o principal transtorno mental a atingir moradores dos países em desenvolvimento, como o Brasil.