Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo recebe espécie rara de cobra coral

29/05/2009 14:18:00 - Jornalista: Liliane Barboza

Foto: Divulgação

Cobra foi encaminhada ao Vital Brazil

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semaurb) encaminhou nesta semana, para o Instituto Vital Brazil uma espécie rara de cobra coral. De acordo com informações do coordenador de Animais Silvestres, o biólogo, Alexandre Bezerra, a serpente foi encontrada no bairro Mirante da Lagoa e trazida por agentes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

O biólogo informou que a espécie é conhecida pelo nome científico Micrurus lemniscatus é um exemplar jovem.

- Ela é uma das três espécies desse gênero habitante do Estado do Rio e uma espécie nova para a ciência, o que torna seu estudo duplamente interessante, tanto do ponto de vista biológico quanto da Saúde Pública. É também a maior espécie de coral de nosso estado, já que pode crescer até 1,5 metro de comprimento, contra 90 centímetros da Micrurus corallinus e 60 centímetros da Micrurus decoratus, as outras duas espécies da nossa fauna - informou.

Bezerra explica ainda que a cobra coral é altamente venenosa. Caso a pessoa seja picada por essa espécie, deverá procurar imediatamente uma unidade de saúde. “A pessoa deve tomar o soro, pois corre o risco de morrer”, alertou.

O biólogo acrescentou que a cobra coral gosta de ficar escondida no subsolo, em madeiras, no meio de entulhos e matos. Por esse motivo, Bezerra diz que a pessoa deve ter muito cuidado ao mexer nesses locais.

O coordenador conta que a espécie rara foi levada para o Instituto Vital Brazil, localizada na cidade de Niterói, onde servirá para pesquisa.

- Para o transporte do animal contamos com o apoio do Centro de Controle de Zoonozes e também da Ong Amigos da Serra, ressaltou.

O setor de Animais Silvestres da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo atendeu de janeiro até esta semana cerca de 80 animais.

Saiba mais sobre a cobra coral

A coral (Micrurus, Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius) são cobras de pequeno porte, facilmente reconhecidas por seu colorido vivo. Há corais venenosas (Micrurus) e não-peçonhentas (Erythrolamprus, Oxyrhopus e Anilius), mas o reconhecimento é difícil podendo ser realizado pelo exame minuscioso da posição das presas ou qualidade dos desenhos "anéis". As corais, além de serem muito visíveis devido às suas cores, não apresentam o comportamento de ataque como, por exemplo, as cascavéis. A espécie é tão peçonhenta quanto uma naja, a sua peçonha é neurotóxico, ou seja, atinge o sitema nervoso, causando dormência na área da picada, problemas respiratórios (diafragma), caimento das palpebras e pode matar a pessoa adulta em poucas horas. O tratamento é com o soro antielapídico intravenoso. A coral verdadeira é identificada geralmente pela posição das presas ou pela quantidade e delineamento dos anéis. As peçonhentas de forma geral possuem um ou três anéis completos em volta do corpo e as não-peçonhentas possuem anéis apenas na parte dorsal, o ventre não possui os anéis característicos.