Secretaria de Meio Ambiente resgata albatroz

26/06/2008 11:37:50 - Jornalista: Simone Noronha

Veterinários da Secretaria de Meio Ambiente de Macaé resgataram esta semana um albatroz, ave oceânica encontrada por funcionários do rebocador Far Sleipner, que presta serviços à Petrobras na Bacia de Campos. De acordo com o setor de Veterinária da Secretaria, nesta época do ano é muito comum o aparecimento de aves e outros animais migratórios na costa macaense.

O albatroz veio de alto mar “a bordo” do rebocador. Preocupados com o animal, que não levantou vôo quando o barco atracou no Porto de Imbetiba, funcionários da embarcação e da Petrobras entraram em contato com a Secretaria de Meio Ambiente. O albatroz foi avaliado pelo veterinário Marcos Felipe Rocha Pinto,que constatou que o animal não estava ferido e não tinha nenhum problema de saúde.

- Provavelmente ele pousou no barco para descansar. Por estar em um barco, ambiente que não é seu, o albatroz também ficou estressado, e pode ser que por isso não tenha voltado a voar. Levamos a ave para a Praia do Forte, dentro do Forte Marechal Hermes, e ela já está se recuperando. Já voltou a voar e a se alimentar normalmente. De lá, o albatroz deve seguir o seu rumo, explicou o veterinário.

O albatroz é considerado uma das maiores aves marinhas – adulto, pode chegar a 1,30 metro de comprimento e até 3,30 de envergadura (distância entre as asas). O albatroz vive em média 50 anos, e tem processo reprodutivo bastante lento em comparação com outras aves. Estima-se que em todo o planeta existam apenas cerca de 30 mil albatrozes, o que faz com que espécie seja considerada vulnerável pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais.

Meio Ambiente orienta sobre animais silvestres

A Secretaria de Meio Ambiente atende em média a 250 chamados por ano de animais silvestres em risco por ano, dos quais 90% são aves, a maioria migratória, como o albatroz. De julho a setembro, também é comum o aparecimento de pingüins na costa. De acordo com a coordenadora do setor de Veterinária da Secretaria, Érica Steagall, a principal orientação a quem encontra um animal silvestre é evitar ao máximo mexer com o bicho. A Secretaria tem à disposição uma equipe formada por dois veterinários e um biólogo para atender a estes casos. Basta entrar em contato pelo telefone 2762-4802.

- Mesmo que o animal não esteja machucado, o ideal é não mexer com ele e entrar em contato conosco. Na maioria dos casos, no caso de aves, o animal está apenas cansado. O melhor a fazer é levá-lo para o seu habitat e soltá-lo, interagindo o menos possível. São animais selvagens, que não devem se habituar, por exemplo, a terem alimento fácil, explicou a veterinária.

Quando o animal está ferido, ele é cuidado pela equipe da Secretaria, que agora dispõe de um espaço na nova sede do Centro de Controle de Zoonozes para este tipo de atendimento. Assim que o animal recupera a saúde, ele é levado de volta a seu habitat. Além das aves, a equipe também costuma receber chamados de resgate de mamíferos como o macaco-bugio, tamanduá-mirim e preguiça, comuns em região de Mata Atlântica, e que geralmente são vítimas de atropelamentos ou de caçadores clandestinos. Nestes casos, depois de recuperados, os animais são levados para o Parque Municipal do Atalaia, na região serrana.

- Sempre alertamos à pessoas que lugar de animal selvagem é na natureza. Manter um animal destes em cativeiro é crime inafiançável, sujeito a prisão e multas, lembrou a veterinária.