Seminário desperta interesse pela música clássica

13/09/2008 11:15:52 - Jornalista: Andréa Lisboa

Os participantes do seminário “Como entender música clássica”, após dois dias de workshop (12 e 13), na Escola de Artes Maria José Guedes (Emart), consideraram-se “fisgados” por esse gênero que através dos séculos aguçou a sensibilidade de espectadores de todo o mundo. A palestrante Danielle Lisboa apresentou os principais aspectos do tema e buscou despertar a curiosidade da turma, formada por estudantes ou amantes de música.

Danielle Lisboa avaliou o grupo como interessado e participativo. Os encontros foram dinâmicos e com muitas perguntas. “É impossível, em duas manhãs, passar todo o conteúdo dessa arte. Mas caso eu consiga plantar a sementinha em cada um para que eles busquem se aprimorar, que consiga passar a paixão que eu tenho, o meu objetivo será alcançado”, disse a regente, doutora em Música pela Eastman School of Music University of Rochester (EUA).

- Escolhi criteriosamente gravações de grandes intérpretes e apresentações para que os alunos possam ser mordidos pela música clássica. Uma vez experimentada, a pessoa se tornará um assíduo dos concertos - considerou a maestrina. Para ela, os participantes refletiram a prosperidade do município através do ecletismo da turma.

No primeiro dia de curso, Danielle apresentou as orquestras típicas barroca, clássica e romântica. Citou compositores como Mozart, Beethoven, Vivaldi, Handel, Rachmaninoff, Britten e Chopin; abordou as várias tendências ocorridas em uma mesma época; a música moderna e a contemporânea e os estilos. Além disso, a maestrina apresentou os instrumentos das diferentes orquestras, a disposição dos naipes e dos músicos, entre outras abordagens.

Neste sábado (13), o seminário promovido pela Fundação Macaé de Cultura foi menos expositivo e mais auditivo. Houve audição de sinfonias, concertos e áreas de ópera. Também foi mostrado um ensaio de orquestra e apresentado o Testamento de Heilingenstadt, escrito por Beethoven, para exemplificar como as obras refletiam o sentimento e a personalidade de seus autores.

O diretor da Escola de Artes Maria José Guedes, Bruno Py, disse ter ficado satisfeito com a recepção do público à proposta do workshop. Ele avaliou como muito importante as atividades extracurriculares, como os seminários.

- A Emart é voltada para a música popular, por isso essa oficina contribui muito para complementar a formação do aluno - considerou. Antecederam o seminário de Danielle Lisboa, o da pianista argentina radicada no Brasil, Estela Caldi, e do violonista Ulisses Rocha. Segundo o professor, o próximo seminário será na área das artes cênicas.

Tocados pela arte

A estudante de canto, Nina Maria, 20 anos, disse que o curso aguçou sua curiosidade pelo estilo. “Adquirimos maior sensibilidade. Eu fui potencializada a ponto de querer buscar outras informações e aprimorar meus estudos”, ressaltou.

Maria Lúcia Santiago, 54 anos, que estudou canto na Emart e atualmente cursa piano, disse que foi atraída pelo título. “Ele me chamou a atenção porque eu queria entender porque me sinto tão bem quando ouço uma música clássica. Foi muito boa a aula. Pude compreender muitas coisas”, elogiou.

Já o ferroviário aposentado e advogado, Waldir Tavares, 78 anos, que aprecia a música clássica desde os 15, comentou o seminário “Achei formidável. Pude aprender muitas coisas”, concluiu.