Serviço social do HPM treina profissionais para atender DST

04/12/2008 14:52:06 - Jornalista: Leonardo Cosendey

Nesta quarta-feira (3), o serviço social do Hospital Público Municipal de Macaé (HPM) realizou a segunda etapa do curso de treinamento a pacientes de DST/Aids, iniciado em outubro passado. Com a presença de assistentes sociais e enfermeiros do HPM e de outras instituições, o evento foi considerado um avanço no atendimento a estes pacientes.

– Foi um encontro bem positivo, pois nossos convidados trouxeram a experiência deles na área e, além disso, diversos projetos e formulários que podemos adaptar ao nosso hospital, diz Margareth Leite, coordenadora do serviço social do HPM.

Foram convidados a assistente social Íris Henriette e o enfermeiro Carlos Augusto de Oliveira, ambos do setor de Doenças Infecto-Parasitárias (DIP) do Hospital Ferreira Machado, em Campos, e Isabel Alves, assistente social do programa de DST/Aids em Macaé. Durante o treinamento, os três apresentaram à platéia a realidade enfrentada por profissionais de saúde no atendimento a essas doenças, e os cuidados necessários com os pacientes.

– O paciente tem o direito de ser acolhido e orientado pelo hospital para que seu tratamento seja bem feito. No entanto, ele não pode sofrer nenhum tipo de constrangimento. O médico que não respeitar seu direito ao sigilo, por exemplo, pode ser processado, explica Margareth.

Cuidados no atendimento

Os cuidados ao se atender o paciente e o preconceito que ele sofre foram os principais temas do treinamento. Segundo Íris Henriette, é importante ganhar a confiança do paciente logo no início.

– Nesses 20 anos trabalhando no DIP, vimos que a AIDS assusta. Por isso, é muito importante saber como dar essa notícia ao paciente. O impacto emocional é muito profundo, e pode evoluir para uma depressão que causa rapidamente a morte.

Ela ressalta a importância da autorização para o teste, sem a qual ele não pode ser feito de forma alguma: “Já aconteceu comigo de um paciente se recusar até o fim. Não fizemos o exame por não termos conseguido derrubar essa barreira”, diz. Por isso, ela e seu colega Carlos Augusto frisam a necessidade de uma equipe de atendimento composta por várias especialidades: médicos, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. Cada um deles, em sua área, é capaz de acolher e orientar o paciente.

– Graças a essa abordagem, o número de internações caiu muito. Há 20 anos, quando o DIP começou a funcionar, chegávamos a ter três óbitos por semana. Hoje isso não acontece mais, conta o enfermeiro.