Shalom and Life oferece apoio interdisciplinar aos dependentes químicos

10/12/2008 13:15:28 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Trabalho substancial para valorizar a vida e afastar pessoas da infelicidade por causa da dependência química é realizado pela prefeitura, por meio do Fundo Municipal Anti-Drogas, que proporciona subvenção à comunidade terapêutica Shalom and Life. Nela, há a atuação de 22 profissionais, coordenados pelo diretor administrativo Luiz Antônio Leal Guerreiro, que faz a gestão dos setores da casa, cujos objetivos são promover o desenvolvimento dos serviços prestados a 20 internos.

Ele foi o fundador da instituição em Macaé, no ano de 2001. De lá para cá, passaram pela Shalom and Life cerca de seis mil pessoas inscritas – muitas mais de uma vez, devido a recaídas. “O que me inspirou a realizar tais funções em prol da harmonia e do equilíbrio, além da recuperação dos dependentes químicos, com sua reinserção na sociedade em âmbitos familiar, profissional e social, foi a vontade de fazer funcionar uma instituição desta natureza, pois vi muitas casas para tratar usuários de substâncias psico-ativas não darem certo”, justifica Luiz Antonio.

Ele conta ainda que no ano de 2000 montou a Shalom and Life na cidade mineira de Juiz de Fora. Logo depois, a instituição foi transferida para o município de Rio das Ostras e definitivamente veio para Macaé no ano seguinte, permanecendo aqui por mais de sete anos.

- Macaé, na condição de cidade cosmopolita, proporciona à Shalom and Life uma importância referencial. Além de recebermos clientes de vários estados brasileiros, também tratamos dependentes químicos de outros países, como EUA, Angola, Peru e Chile – conta o diretor administrativo.

Ele mostrou a equipe que trata dos usuários de álcool e outras drogas. Segundo Luiz Antônio, os componentes do corpo de profissionais da Shalom and Life são pessoas com visão de trabalho, sensibilidade e competência técnica. “Além disso, eles humanizaram a instituição”, aponta.

O setor técnico responsável pelos laudos dos clientes é trabalho de um médico com tal função. Já um clínico atende diretamente aos pacientes, oferecendo tratamento individual. Psicólogos atuam para grupos, quando obtém panorâmica geral do comportamento de cada paciente. Esses estudiosos da alma humana também atendem individualmente em casos em que o paciente demande por orientações dos especialistas com urgência. “No entanto, a ação em prol de uma única pessoa se dá diferentemente do tratamento psicanalítico, quando mais tempo é preciso”, analisa Luiz.

Na esfera da terapia ocupacional há a promoção do desenvolvimento de atividades artísticas dos pacientes. “É que os dependentes químicos sentem dificuldades de expressar seus sentimentos por intermédio da fala (palavras). Portanto, a terapia ocupacional – com trabalhos manuais – consiste no fato de eles colocarem para fora suas visões, sensibilidades e desabafos por meio da arte-terapia”, exemplifica o fundador da Shalom and Life, acrescentando que nesses casos a sensação de utilidade e de valor, além da auto-estima deles são pontuadas.

- Já a área de serviço social da instituição realiza análises e executa encaminhamentos das pessoas, com a finalidade de elas serem reinseridas socialmente nas dimensões educacional, médica e de inclusão social – conta ele. O diretor administrativo lembra ainda que seis computadores ligados à internet serão instalados na casa.

Trabalho de desintoxicação do usuário de álcool e outras drogas acontece nas aulas de educação física. Através dessas aulas ocorrem técnicas de relaxamento, alongamento, hidroginástica e musculação.

Os conselheiros em dependência química trabalham diretamente com os clientes, conduzindo-os a expressar sentimentos e comportamentos benéficos, a fim de que aja trabalho a nível terapêutico. Para isso, esses profissionais atuam em três fases: a inicial, com levantamento dos dados preliminares; a segunda etapa, com a realização dos 12 passos de AA, dentro da internação e a terceira esfera, partindo do fato de o paciente ter obtido alta e se propõe a seguir projeto de vida no qual há volta ao trabalho e construção de toda uma vida.

- O setor de enfermagem busca amparar o residente com medicação, enquanto a dimensão de monitoramento é composta por plantonistas e demais colaboradores que dão o suporte necessário aos conselheiros – conta o fundador. Ele ressalta que todos os 22 profissionais são capacitados e preparados para atuar em comunidades terapêuticas. “Isso é diferente de se trabalhar em clínicas, ambulatório ou hospitais”, compara.

A esfera de alimentação tem como agente uma engenheira alimentar. Já o setor de atendimento familiar promove assistência e acompanhamento à célula mãe da sociedade, com acompanhamento e ensinamento para a família saber lidar e conviver com seus membros que têm a doença de serem dependentes químicos.