Shalom and Life oferece terapia a usuários de drogas e familiares

23/07/2008 12:01:27 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Todas as terças-feiras, das 18h às 19h30, acontece reunião (terapia de grupo), na comunidade de desintoxicação e tratamento de viciados Shalom and Life, no bairro da Glória. O serviço aos familiares é gratuito. A entidade recebe subvenções da prefeitura de Macaé, por intermédio do Fundo Municipal Anti-Drogas (Fundmad), cujo telefone para mais informações é 2791-0792.


Segundo a terapeuta familiar Catolina Maria, pais, parentes, familiares e amigos muito íntimos de dependentes químicos, usuários de drogas ou álcool, de forma abusiva, buscam forças uns nos outros para enfrentar os desafios e barreiras que esta situação lhes impõe.

- Os familiares representam um fator importante na recuperação do dependente químico. É dito nos encontros semanais que o exemplo supera os conselhos e as palavras, pois manter uma postura mais objetiva e afirmativa esclarece mais as opiniões em favor do não uso da bebida alcoólica e do cigarro que são drogas lícitas, que podem tornar-se porta de entrada para outras drogas, as ilícitas”, comenta a terapeuta.

Para Catolina, o desligamento emocional é debatido constantemente. Há, de acordo com ela, necessidade de abrir espaço para que o familiar se recupere juntamente com o dependente químico. “Isto só é possível com a autonomia de ambos”, garante.

A terapeuta disse que autonomia acontece quando se permite a reflexão para que valores sejam revigorados e as relações se tornem mais saudáveis. Tudo isso, evitando a co-dependência, que é uma síndrome atribuída aos membros de uma família, na qual um estreito relacionamento afetivo impede a liberação das tendências individuais, mesmo as que demonstram ser promissoras para o desenvolvimento pessoal.

- É evidente as mudanças que ocorrem nos familiares. Apesar da resistência inicial, entretanto, devido ao comprometimento e à persistência, os questionamentos relativos a preconceitos dão lugar a superações, que estimulam novas perspectivas, aumentando o ânimo, a esperança e a confiança - ressalta.

Na reunião desta terça-feira (22), os quinze presentes assistiram a um vídeo cuja mensagem era a importância da renovação, mesmo que para esta nova vida acontecer seja preciso passar pela dor. É que depois, tudo fica melhor. Muitos familiares disseram que os encontros têm mudado suas atitudes e comportamentos. “Além disso, aqui podemos ver nos outros semelhanças com nossos sofrimentos. E isso reconforta”, disse a mãe de um dependente químico.

Já o pai de outro usuário de drogas ressaltou que na reunião a trajetória é similar, uma vez que há familiares cujos parentes já se libertaram, há aqueles que estão freqüentando há médio prazo e os que estão iniciando na terapia, pois seus filhos acabaram de começar tratamento, junto com eles próprios, que reconhecem que precisam aprender a lidar com a problemática, em prol da libertação de seus parentes.