A Oficina de Aprimoramento no Programa da Agenda 21 Local realizada, nesta terça-feira (13), no Teatro do Sesi, reuniu nomes ambientalistas do cenário estadual, nacional e municipal para mostrar aos novos membros do Fórum Permanente, a história de luta do programa que nasceu na Eco 92 e vem gerando ações voltadas para o desenvolvimento sustentável das cidades.
Fizeram parte da mesa, durante a solenidade de abertura, o presidente do Fórum Permanente e secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz, que representou o prefeito Riverton Mussi; o superintendente da Agenda 21 do estado do Rio de Janeiro, Carlos Frederico Castelo Branco; a historiadora Ana Maria Batista, a coordenadora nacional da Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh), Thais Corral e a subsecretária de Educação, Marialva Gentil, que representou a secretária Marilena Garcia.
A oficina, mantida pela Prefeitura de Macaé, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), que dá suporte às ações desenvolvidas, foi destinada aos representantes de vários segmentos da sociedade no Fórum Permanente, que além de representar os interesses da comunidade, tem a missão de apresentar propostas de políticas públicas socioeconômicas e ambientais aos poderes executivos e legislativos.
Na abertura do evento, a precursora da Agenda 21 Local, Alba Corral, deu boas vindas aos participantes e agradeceu a presença das autoridades ambientalistas e o pescador “Tio Jorge” exaltou a natureza com a poesia “Morrendo a natureza, todos nós morremos juntos”.
Em seguida, o presidente do Fórum destacou o trabalho desafiador que tem enfrentado em Macaé, no processo da sustentabilidade. Citando as atuais tragédias que estão acontecendo no cenário do planeta e que mexem com a estrutura da sociedade, alertou para as ocupações nas áreas de preservação permanente, sem o devido cuidado.
- Em Macaé temos um passivo ambiental enorme com relação às ocupações. Na Lagoa Imboassica, por exemplo, onde identificamos recentemente ilhas enormes de taboas e uma grande quantidade de inseto gerando conflitos, não podemos tirar as pessoas do seu entorno. Naquele local tem casas que estão a seis metros da lagoa, gerando impactos ambientais irreversíveis. Que as pessoas aprendam com essas tragédias e não cedam à pressão de políticos que permitem as habitações nas faixas marginais de rios e lagoas – alertou.
Durante o dia foram abordados temas específicos e de cunho socioambiental, tais como: “Agenda 21 - História das ações voltadas para sustentabilidade”, palestra do superintendente da Agenda 21 do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Frederico C. Branco, que discorreu sobre os instrumentos de gestão ambiental e a conservação da biodiversidade. O palestrante colocou sua preocupação no sentido de que os governos fortaleçam as políticas públicas e incentivou os membros à construção de fóruns locais e conferências municipais da Agenda 21.
A historiadora Ana Maria Batista, que coordenou a Agenda 21 do Rio por sete anos, mostrou aos participantes as “Alternativas da Agenda 21 para o enfrentamento dos desafios socioambientais da atualidade”.
- A Agenda 21 é um espaço de reflexão. Ao focarmos nossas reflexões com relação ao planeta temos que constituir ações com relação à redução do lixo, ao desperdício de energia e às novas matrizes energéticas, ao nosso consumo diário. Refletir a condição humana e as possibilidades reais de mudança de vida – explicou, citando que as últimas tragédias sirvam de exemplo, para planejarmos o futuro com a visão de longo prazo.
A dinâmica de grupo levou os participantes a uma reflexão mais aprofundada do seu papel no Fórum Permanente e o resumo das atividades do dia, que poderão levar os membros às propostas de soluções aos problemas socioambientais, através de projetos de políticas públicas, foi moderado pela ambientalista Thais Corral.
Composição do colegiado - O programa da Agenda 21, que nasceu na ECO 92, no Rio de Janeiro, é executado em Macaé pelo Fórum Permanente. A constituição do colegiado é feita pelos segmentos do Poder Público (municipal, estadual e federal); pela sociedade civil organizada, compreendendo as Organizações Não-Governamentais (ONGs), as associações, movimentos comunitários, sindicatos e, pelo segmento empresarial, formado pela Firjan, CDL, Rede Petro, Associação Comercial (Acim), Petrobras, Sebrae, Grupo de Empresas Prestadoras de Serviços da Indústria de Petróleo e Afins (GEPS), Associação dos Bares e Hotéis e Grupo das empresas de bandeira internacional (IADC).