Aulas do atendimento domiciliar destacam dedicação

Dedicação, perseverança e muito amor ao ensino. Essas são características que marcam profissionais que atuam no Atendimento Pedagógico Domiciliar, oferecido pela rede municipal de ensino de Macaé para alunos que receberam alta hospitalar, mas ainda não têm condições de voltar à escola. E a troca é recíproca, para aqueles que são beneficiados com o trabalho. Luan Luciano Souza Clemente, de 14 anos, é um desses.

Com um sorriso no rosto e muita vontade de aprender, a cada dia, o estudante do 6º ano da Escola Municipal Professora Maria Isabel Damasceno Simão (Centro) dá exemplo de superação, em uma batalha contra as sequelas da causadas por uma meningite, ao participar das aulas que são oferecidas em sua casa. O trabalho promovido em domicílio é mais um suporte para os alunos que apresentam doenças crônicas ou algum comprometimento, que impedem de frequentar a escola. O atendimento em casa é mais um estímulo para resgatar o vínculo com a escola.

Com brilho no olhar e sede pelo conhecimento, Luan admite gostar muito das disciplinas de Lingua Portuguesa e Artes. Tanto que ele já até escreveu um livro durante o ano letivo de 2020, na pandemia do Covid-19. “Gosto de estudar, da professora Helena, da minha avó e do meu Fluminense. Quero escrever outros livros, contar outras histórias e ficar famoso”, conta o menino, que também pinta telas e gosta da mistura de cores.

Orgulhosa, a professora se recorda que a aula foi muito especial. “Tivemos aulas virtuais e durante uma temporada no sítio da minha família trabalhei questões como vida no campo e alimentação saudável. O Luan acompanhou todo esse passeio virtual, conheceu o galinheiro e outros espaços. Logo depois ele criou o seu primeiro livro. Ficamos orgulhosos.Amo lecionar em domicílio,é um trabalho gratificante.Todos aprendem;o aluno e até eu como professora. Fico muito emocionada”, conta Helena que também atende, em domicílio, o estudante Lucca Barreto Andrade.

Na casa do Luan, no bairro Aroeira, o atendimento é ministrado pela professora Maria Helena Coelho Bechara. Ela destaca exercícios e provas específicas e adaptadas conforme o planejamento pedagógico da unidade. Nas aulas também são desenvolvidas atividades como trabalhos lúdicos, desenvolvimento de jogos pedagógicos, ação, letramento e contação de histórias. Em períodos especiais são realizadas programações como o Arraiá do Luan, Festival do Sorvete, Festa do Hamburguer. Tudo com a proposta de trabalhar temas específicos.

Emocionada com o atendimento domiciliar, a avó de Luan, Claudia Cristina Justino de Souza, lembra que há quase três anos, o menino recebe atendimento em domicílio. “O amor e cuidado com o meu neto nas aulas é algo indescritível. Meu neto ficou com sequelas da meningite quando tinha 1 ano e meio. A partir daí enfrentamos desafios e grandes batalhas, mas estamos aqui e o que vale é esse sorriso dele”, comenta.

A Secretária de Educação, Eliane de Araújo, frisa que o objetivo do atendimento é reforçar com o vínculo e reintegração à escola e oferecer atendimento aos impossibilitados de frequentar a escola. Já a superintendente de Educação Integrada, Janaína Pinheiro, ressalta que todas as ações do Atendimento Domiciliar são estrategicamente pensadas para melhor atender os estudantes. " O ano letivo 2022 já está sendo traçado e trabalhos como estes continuarão", finaliza.