Foto: Cláudia Barreto
Reprodução do Livro Brasil Pela Imagem mostra Mota Coqueiro a caminho da forca
A historiadora Conceição Franco, da vice-presidência de Acervo e Patrimônio Histórico da Fundação Macaé de Cultura, vai levar a história de Macaé a nível nacional. Ela apresenta nesta quinta-feira (21) na Universidade de São Paulo (USP) palestra sobre o caso Mota Coqueiro, o último condenado à morte no Brasil, durante o 26º Simpósio Nacional de História da Associação Nacional de Professores de História (ANPUH).
Conceição vai apresentar a palestra “Morte, Memória e História: A Sepultura de Mota Coqueiro como Lugar de Reprodução Simbólica no Imaginário Social Macaense”. A apresentação será feita durante o simpósio “Imagens da Morte: A Morte e o Morrer na Sociedade Brasileira”.
- Levantarei debates e discussões mostrando que a morte de Mota Coqueiro e sua sepultura contribuíram para a construção de uma memória que se quis apagar ou esquecer e que acabou gerando o mito, concebido como a praga sobre a cidade de Macaé – conta a historiadora.
Segundo esse mito, a cidade fora amaldiçoada por Mota Coqueiro, pois ficaria 100 anos sem progresso. No ano de 1852, Manoel da Motta Coqueiro proprietário de terras no distrito de Macabu, foi acusado de ter sido o mandante de um crime que vitimou a família do seu colono Francisco Benedito. Na época o distrito fazia parte da Freguesia de Nossa Senhora das Neves (Macaé), e hoje é o município de Conceição de Macabu.
Entre os anos de 1852 e 1855, Coqueiro foi julgado por duas vezes, em ambas as ocasiões, foi condenado e sentenciado à morte por enforcamento. Na palestra, Conceição pretende mostrar que essa representação reforçou um julgamento negativo sobre Mota Coqueiro, mas que gerou posteriormente o fato de que essa mesma reprodução fora fato de várias narrativas, que serviram para afirmar de forma positiva sua memória.