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Chuvas: prefeitura em alerta na região serrana

23/12/2008 16:24:21 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro *

A prefeitura de Macaé está em estado de alerta na região serrana, especialmente no distrito de Glicério, atingido por uma forte tromba d’água no final da tarde de segunda-feira (22). Equipes das secretarias de Obras, Interior, Serviços Públicos e Defesa Civil estão trabalhando para minimizar os estragos provocados pela chuva, que prejudicou ainda mais o acesso à região pela RJ-162. A chuva provocou a morte do aposentado Sebastião Beduíno, que, ao tentar atravessar um córrego em Serra da Cruz, foi levado pelas águas.

- Lamentamos muito a morte deste senhor. Foi uma chuva fora do comum que atingiu a região serrana, e que provocou muitos estragos. Estamos todos empenhados em diminuir os problemas causados pela tromba d’água o mais rápido possível. Já entramos em contato com o Governo do Estado, através do secretário de Agricultura Christino Áureo, que está buscando soluções imediatas para o problema da RJ-162 - disse o prefeito Riverton Mussi.

Para verificar os estragos, os secretários Delorme Ramos (Serviços Públicos), Tadeu Campos (Obras) e Eric Schueler (Defesa Civil) dirigiram-se às localidades serranas de Trapiche, Óleo e Glicério. Foram liberados, desde a noite de segunda-feira, homens e máquinas das secretarias de Obras, Serviços Públicos e do Interior, e também funcionários da Empresa Municipal de Habitação, Urbanismo, Saneamento e Águas (Emhusa). A Defesa Civil também está na região, vistoriando as áreas mais atingidas.

Foram quatro horas de chuva muito forte. As localidades mais atingidas, segundo os moradores, foram Serra da Cruz, Trapiche, Óleo e Glicério. A chuva também provocou estragos na Unidade de Saúde de Glicério, situada no centro da localidade, atingida por um deslizamento de terra e invadida por lama e água. A Defesa Civil esteve no local e a Unidade foi interditada. Na manhã desta terça-feira (23), equipes da prefeitura começaram a limpar o prédio. O atendimento à população está sendo feito no Hospital do Trapiche, que possui um anexo do Programa Saúde da Família (PSF) até a liberação do prédio.

RJ-162: acesso precário

Principal acesso à região serrana, a RJ-162, que já estava em estado crítico, ficou ainda pior após a tromba d’ água. A estrada, de responsabilidade do governo do estado, foi atingida por várias quedas de barreiras, principalmente entre as localidades de Trapiche, Córrego do Ouro e Óleo, causando lentidão no trânsito e problemas nos veículos. A Defesa Civil e a Mactran recomendam aos motoristas que redobrem os cuidados na direção de seus veículos ao se dirigirem à região serrana ou a Macaé, no outro sentido.

Na mesma estrada, a primeira ponte depois de Trapiche, sobre o Córrego do Donato, está interditada – passageiros de ônibus têm que fazer baldeação para atravessar a pista. De acordo com o engenheiro Sérgio Santos, como solução provisória, a prefeitura está construindo uma ponte provisória, de madeira, e deverá liberar o trânsito para veículos de passeio até o início da noite.

A segunda ponte na entrada da localidade do Óleo está em estado precário. No local, a prefeitura vai colocar um arrimo de pedras com cimento, além de um pranchão de madeira para evitar risco de desabamento. Em Glicério, a cheia do Rio São Pedro – que subiu quatro metros acima do seu nível normal - atingiu a pista, trazendo muita lama e causando dificuldades para a passagem dos veículos. Em Serra da Cruz, uma ponte desabou com a força das águas. A prefeitura terá que reconstruí-la, colocando manilhas com diâmetros maiores.

O engenheiro Ronaldo Babo, do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), esteve no local nesta terça-feira e confirmou o estado precário da estrada. O diretor de Obras do DER, José Beraldo, informou que está apenas aguardando autorização para iniciar o processo de licitação da obra de reforma da estrada, orçada em cerca de R$ 25 milhões. Ao todo, o projeto prevê a restauração do pavimento e construção de acostamento em 29 quilômetros.

- Até sexta-feira (26) vou a Macaé verificar a situação das pontes, que no momento são os pontos mais críticos da estrada. Já entramos em contato com uma empresa de recuperação estrutural, que vai até o local na próxima semana fazer as primeiras avaliações para podermos iniciar as obras de emergência, explicou.

*Colaboraram Simone Noronha e Catarina Brust