O Prêmio Jabuti é um reconhecimento da força transformadora da leitura
O Clube de Leitura Ossos de Pássaro acaba de ser anunciado como finalista da 67ª edição do Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura, o mais importante reconhecimento literário do país, consolidando um marco histórico para a literatura e para a inclusão: pela primeira vez, um projeto voltado à promoção da leitura com foco na pauta das pessoas com deficiência chega a essa etapa da premiação. Este reconhecimento celebra não apenas a excelência do projeto, mas também sua contribuição inovadora e transformadora para a pauta das pessoas com deficiência no Brasil.
Idealizado para ser um espaço de diálogo com a sociedade, o Clube de Leitura Ossos de Pássaro nasceu com o propósito de discutir, por meio da literatura, a representatividade das pessoas com deficiência e promover uma reflexão crítica sobre as formas de inclusão e diversidade na sociedade. A iniciativa parte do entendimento de que a ausência de narrativas inclusivas nos espaços literários contribui para a invisibilização social.
Estar entre os finalistas do Prêmio Jabuti é um reconhecimento da força transformadora da leitura e da urgência de tornar o campo literário mais acessível e plural. O feito simboliza um avanço importante na visibilidade da pauta das pessoas com deficiência dentro do cenário cultural brasileiro — uma conquista que ultrapassa o mérito do projeto e reforça a necessidade de que a inclusão também ocupe as páginas, os clubes de leitura e os palcos da literatura nacional.
Além do impacto social, o Clube de Leitura Ossos de Pássaro se destaca por seu caráter inovador, articulando literatura e direitos humanos e criando pontes entre mundos que muitas vezes não se encontram. Com curadoria literária criteriosa e mediação da premiada escritora com deficiência Thais Pessanha, o Clube promove encontros mensais gratuitos online com recursos de acessibilidade, além de ações em escolas e bibliotecas, demonstrando que é possível repensar as práticas de leitura para que todas as pessoas possam participar de forma autônoma e significativa.
Pública
“Chegar ao Jabuti é mais do que um reconhecimento, é uma conquista coletiva e simbólica. É um sinal claro de que a literatura está se abrindo para narrativas que historicamente foram silenciadas, que precisamos abrir espaços de diálogo para além da nossa comunidade tornando a literatura um território de inclusão e pertencimento”, afirma a coordenadora do Clube.