O Complexo Universitário – que está em construção em uma área de 95 mil metros quadrados em anexo à Linha Verde – vai reunir universidades públicas e privadas. Essa foi uma das decisões tomadas durante o workshop “Universidade e Desenvolvimento Local”, promovida pela prefeitura, no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, o Macaé Centro, durante toda a quinta-feira (16).
A opção pelo condomínio de instituições públicas e particulares envolveu discussão entre especialistas em educação, o prefeito Riverton Mussi (PSDB), o presidente da Fundação Educacional de Macaé (Funemac), Jorge Aziz, secretários e técnicos do setor.
- Nosso objetivo é fazer de Macaé um Centro de Ensino Superior. No Complexo Universitário, teremos a Unimac, que será a Universidade de Macaé, mas queremos também a instalação de outras universidades – ressaltou o prefeito, acrescentando que está negociando com a Unigranrio e com a Universo (Universidade Salgado de Oliveira) para instalação de unidades na cidade, além de uma possível ampliação da Estácio de Sá no complexo.
O prefeito também já se reuniu com reitores e pró-reitores da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf); Universidade Federal Fluminense (UFF); Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) para discutir a implantação das instituições públicas na cidade.
De acordo com o presidente da Funemac, Jorge Aziz, a sustentabilidade do Complexo Universitário é uma das preocupações do governo. “A proposta consorciada de se ter instituições de nível superior públicas e também privadas ajuda na sustentabilidade do complexo. Uma das alternativas que discutimos foi franquear o espaço do complexo para abrigar instituições privadas, o que ajudaria na manutenção”, disse Aziz, destacando que o modelo de desenvolvimento institucional, com a idéia de consórcio, foi um dos assuntos mais importantes em pauta no workshop.
- O projeto da Universidade de Macaé está associado ao desenvolvimento local e regional, para a criação de uma sinergia de projetos que levem à atração de negócios para Macaé – afirmou Aziz. Ele frisou que a Unimac será uma base estratégica do desenvolvimento regional, ancorando a plataforma de ensino e pesquisa. Um dos objetivos da Unimac é se tornar um motor tecnológico para atrair empresas de tecnologia nacionais e estrangeiras e levar ao desenvolvimento de Macaé no âmbito educacional, alinhado ao econômico.
PÓLO - Aziz comentou que o projeto para Macaé se tornar um Pólo Universitário vai além do complexo. “Teremos instituições de ensino superior dentro do Complexo Universitário e fora, formando assim o Pólo”, esclareceu o presidente da Funemac, acentuando ainda que o Pólo se torna centro de atração de interesses para o município.
Outro assunto em discussão no workshop foi a possível criação de uma Agência de Desenvolvimento Tecnológico do Norte e Noroeste. “A agência, associada à Unimac, é uma forma de agregar universidades e empresas que são importantes para a cadeia produtiva do petróleo e para o desenvolvimento tecnológico”, observou. O prefeito propôs a inserção do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Fumdec) no processo de discussão da agência.
A primeira fase das obras do Complexo Universitário, que inclui a construção de dois prédios, um de quatro andares para abrigar o Centro Administrativo e outro de três andares, para abrigar 30 salas de aula, além de um estacionamento para 190 vagas, tem perspectiva de término em agosto. No total, o complexo terá sete blocos, sendo seis somente para salas de aula. Funcionando em três turnos, sete mil alunos poderão estudar no local.
Presidente do conselho destaca investimento
em ensino superior como forma de crescimento
O presidente do Conselho Estadual de Educação, Roberto Boclin, destacou durante palestra no workshop a importância de Macaé apresentar como estratégia de desenvolvimento, o investimento no ensino superior. “O investimento em Brasil-Escola talvez seja a principal estratégia para o país se tornar o Brasil-Empresa”, contabilizou. Boclin ministrou palestra sobre “Cenário futuro do ensino superior brasileiro – As mudanças atuais e futuras que afetam o ensino superior”.
Na opinião dele, o Complexo pode centralizar universidades públicas e privadas em forma de condomínio universitário. “Nenhum município tem tanto potencial quanto Macaé, que já tem mídia natural de tecnologia, influenciada por empresas externas”, pontuou.
Já o superintendente da Secretaria de Estado de Planejamento, o geógrafo Waldir Rugero, salientou que a Unimac deve estar integrada em programas de mão-de-obra regionais desenvolvidas por diversas instituições, como Faetec, Sebrae, Senai e Cefet. “O governo, em parceria com as empresas e alinhado a Unimac, promove o fortalecimento dos canais de suporte para o desenvolvimento econômico”, disse. Rugero discursou sobre “Complexo Universitário de Macaé: oportunidades e perspectivas de operação sustentável”.
O coordenador do MBA em Administração Pública da Funemac, o economista Eduardo Duprat, ministrou palestra sobre “Análise SWOT da Universidade de Macaé”, abordando a construção de forças, a exploração de oportunidades, a superação de fraquezas e a necessidade de se minimizar ameaças em um projeto. Participaram do seminário secretários municipais, estudiosos e profissionais do setor.