Conheça 8 mulheres de Macaé que se destacam na Ciência, Pesquisa e Inovação

08/03/2024 15:10:00 - Jornalista: Renatta Viana

Foto: Divulgação

No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira (8), a Secretaria Adjunta de Ensino Superior homenageia cientistas.

No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta sexta-feira, 8 de março, a Secretaria Municipal Adjunta de Ensino Superior homenageia algumas mulheres que fazem ciência e pesquisa dentro de uma educação transformadora. Mulheres que brilham e fazem história nos mais variados campos do conhecimento, reconhecidas por suas lutas contínuas, ensinam, motivam, incentivam e inspiram outras mulheres.

Essa homenagem é para reconhecer e valorizar não só grandes nomes femininos dentro da área da ciência em Macaé, nas Instituições de Ensino Superior, mas para relembrar que grandes descobertas são decorrentes de pesquisas de mulheres, como a estrutura do DNA, por Rosalind Franklin; os cromossomos X e Y, por Nettie Stevens, o vírus do HIV, por Françoise Barré-Sinoussi, Jaqueline Goes de Jesus, a cientista brasileira que mapeou os primeiros genomas do novo coronavírus (SARS-CoV-2) no Brasil em apenas 48 horas após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no país, entre tantos outros nomes.

Para além disso, o intuito é prestigiar figuras femininas que tem papel fundamental no desenvolvimento da área, bem como encorajar outras jovens meninas e mulheres a seguirem carreira nos campos da ciência, tecnologia, engenharia, matemática e afins.

Conheça a história dessas mulheres:

· Cintia Monteiro de Barros, Professora do magistério superior, diretora do NUPEM/UFRJ.

Cintia é graduada em Biomedicina, mas logo se apaixonou pela pesquisa científica durante a graduação. Ingressou nessa área realizando doutorado em Ciências Morfológicas pela UFRJ e seguiu na carreira acadêmica, pois no Brasil a carreira de cientista está atrelada a do magistério superior. Em 2009 ingressou como docente através de concurso público na UFRJ-Macaé, onde lecionou as disciplinas de anatomia, histologia e embriologia.

Ao longo de sua carreira foi vice-coordenadora do bacharelado em Ciências Biológicas e coordenadora da pós-graduação multicêntrico em Ciências Fisiológicas. Foi também diretora adjunta de pesquisa no NUPEM por dois mandatos e atualmente é diretora geral do NUPEM, sendo a primeira diretora mulher de um instituto com 30 anos de existência.

Foi premiada pela FAPERJ sendo considerada “Jovem Cientista” do estado do Rio de Janeiro em 2018. Em 2022 recebeu a premiação de “Cientista do Nosso Estado” e este ano, a premiação de bolsista de produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq. Segundo Cintia, as mulheres na ciência ocupam poucos cargos de gestão e no geral são pouco referenciadas. A careira acadêmica exige muita dedicação, pois os compromissos científicos se atrelam às questões de ensino de graduação, pós-graduação e gestão universitária que requerem muito empenho.

“Conciliar maternidade com todas essas atividades inerentes a todas as mulheres que tem uma família é algo de grande valor. Entretanto, se faz necessário o maior reconhecimento através de políticas que possam valorizar o trabalho da mulher na ciência e como mãe. Critérios mais equânimes devem ser implementados para que o cenário em que homens são sempre protagonistas das ações possa ser mudado”, pontuou a cientista, falando ainda sobre o maior desafio e maior desejo no seu campo de trabalho.

“O maior desafio é a busca por reconhecimento e inclusão. Conseguir administrar o tempo entre família, filha e as atividades profissionais. É muito importante buscar a representação de mais mulheres em altos cargos de gestão. A mulher deve estar em qualquer lugar que ela queira, por isso é preciso dar publicidade a dados sobre os trabalhos das mulheres e políticas que consigam dirimir os percalços na carreira, levando-se em conta a maternidade entre outros fatores e, assim, valorizar a mulher através do reconhecimento do seu trabalho. Estimular a visibilidade e a importância do protagonismo feminino para que sirva de exemplo para outras gerações”.

· Cremilda Barreto Couto, pedagoga, professora da Faculdade Municipal de Macaé Professor Miguel Ângelo da Silva Santos - FeMASS.

Cremilda fez Pedagogia nos anos 80, e nos anos 90 iniciou sua trajetória na Educação. A educação não foi sua primeira opção, mas foi onde ela se encontrou profissionalmente. Esteve em sala de aula no Ensino Fundamental, na Formação de Professores e ingressou no Ensino Superior no ano 2000. Paralelamente, desempenhou funções na gestão como chefe de departamento, coordenadora do curso de Pedagogia, vice-diretora da extinta Fundação Educacional Luiz Reid - FAFIMA e subsecretária no município de Casimiro de Abreu.

Segundo a professora, durante muito tempo a educação foi um lugar de mulheres, não pela competência, mas pela ideia de que era o melhor lugar para estarem, pela adequação de carga horária. Ser professora era compatível com a maternidade e o cuidado com a casa. Na área, pelo menos 70% são mulheres. “A luta é pelo reconhecimento de que ser professora é uma profissão de muito valor. Somos mulheres, humanas, pesquisadoras, que exercem a profissão docente, com todos os deveres e direitos exigidos por ela. Mulheres que têm compromissos e responsabilidades com a vida, com o cotidiano. Ver a educação ser tratada com maior seriedade e termos as condições mínimas de trabalho são uma busca. Ainda nutro a esperança, que me impulsiona a entrar na sala de aula todas as noites e compartilhar o melhor que tenho como pessoa e profissional, por desejar que os meus alunos sejam ainda melhores do que eu”.

Cremilda conta que foi a Educação que a escolheu. “Como macaense, filha de ferroviário, pobre, estudante da escola pública, cheguei mais longe do que poderia imaginar e que o sistema tinha traçado para mim.” Ela fez Mestrado, Doutorado, Pós-doutorado, acessou pessoas e lugares, que contribuíram para torná-la quem ela é. “Sou uma pessoa de sucesso, não no sentido econômico, como muitos reduzem, mas pelas oportunidades, crescimento pessoal, interferência na formação de outras pessoas, por ser referência de que é possível furar a bolha da educação. Não olho, nem trabalho mais com a perspectiva de lugar, mas podemos e devemos ter competência e ocupar os espaços”, concluiu a educadora.

· Samantha Monteiro Martins, docente do Instituto de Ciências Farmacêuticas da UFRJ Macaé.

“Um caminho longo, mas desde sempre na UFRJ”. Assim a Samantha começa sua fala. Com graduação em Farmácia, Mestrado e Doutorado em Ciências (Química Biológica), ingressou em 2008 na UFRJ - Macaé. Sempre se envolveu em cargos de gestão dentro da universidade, além de exercer seu papel como docente, pesquisadora e extensionista. “Muitas atividades para “caberem” nas 40 horas semanais em dedicação exclusiva. Sou uma malabarista (risos), tentando fazer de tudo um pouco. Minha própria cobrança é demais e com uma família linda para cuidar”, conta a cientista que deseja fazer seu pós-doutorado fora do Brasil.

Samantha acredita no potencial das mulheres para ocupar todos os espaços na sociedade. “Acredito firmemente que se mais mulheres ocupassem cargos influentes dentro dos governos não estaríamos enfrentando tantas guerras, fome e vendo o meio ambiente ser destruído com tanta voracidade. Penso que para reduzir as desigualdades de gênero nessa área é necessário permitir o acesso de todas as pessoas a uma educação de qualidade. - Educação muda as pessoas. As pessoas transformam o mundo - Paulo Freire”.


 · Lilian Maria Garcia Bahia de Oliveira, bióloga, professora de Parasitologia no Ensino Superior – UFRJ Macaé.

Desde muito cedo, sua paixão pelas Ciências se manifestou, tornando a escolha da Biologia como curso universitário, uma decisão natural. Lilian fez sua graduação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde desenvolveu um profundo interesse pelos aspectos moleculares dos fenômenos biológicos. Esse interesse a fez prosseguir com seu doutorado no Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, defendendo sua tese em 1992 sobre a Esquistossomose, uma doença parasitária prevalente em Minas Gerais. Durante seu primeiro pós-doutorado na FIOCRUZ, no Rio de Janeiro, continuou sua pesquisa sobre a Esquistossomose. Em seguida, retornou a Belo Horizonte, onde conduziu seu segundo pós-doutorado, com foco na Doença de Chagas.

Em 1994, Lilian se mudou para Campos dos Goytacazes, onde atuou na Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) por quase duas décadas. Lá, ela enfrentou o desafio de iniciar pesquisas sobre a Toxoplasmose, uma das doenças mais prevalentes na região, afetando especialmente a população de menor poder aquisitivo. Ao longo dos anos, estabeleceu parcerias com grupos de pesquisa nacionais e internacionais, contribuindo significativamente para a compreensão da Epidemiologia e Imunologia da Toxoplasmose. “Nossos estudos pioneiros revelaram que a exposição a fontes de água natural, como poços, lagos e riachos, era o principal fator de risco para contrair toxoplasmose em Campos”.

Além de sua atuação na pesquisa, desempenhou funções administrativas na UENF, incluindo o cargo de pró-reitora de Extensão e Graduação. Em 2008, co-organizou o primeiro Simpósio Brasileiro de Toxoplasmose, antecedendo um congresso internacional que reuniu pesquisadores e estudantes de diversos países. “Foi nesse contexto que lançamos a ideia da criação da Rede Brasileira de Pesquisas em Toxoplasmose (Rede Toxo), que se tornou uma associação sem fins lucrativos em 2016”.

Durante sua gestão como pró-reitora de Extensão, coordenou os trabalhos do Fórum Nacional das Instituições de Ensino Superior Públicas (FORPROEX) na região sudeste, ao lado de colegas de outras universidades. Em 2014, motivada por questões familiares, mudou-se para a UFRJ em Macaé, onde atualmente atua como professora de Parasitologia, contribuindo para o ensino na área da saúde e mantendo suas colaborações nacionais e internacionais.

“Desde cedo, enfrentei essas questões com resiliência diante das dificuldades, especialmente devido ao machismo estrutural que persiste em nossa sociedade. As mulheres envelhecem e deparam-se não apenas com o machismo, mas também com o etarismo, que está intrinsecamente ligado ao machismo. Eu me considero uma profissional em constante busca pela realização, com um horizonte de possibilidades à minha frente. Acredito que as mulheres devem encontrar seu espaço em áreas em que tenham vocação e contribuam para projetos coletivos que impactem positivamente na qualidade de vida e bem-estar da população, seja na academia, na política ou em outras esferas”, pontuou a pesquisadora.

· Fabianne Manhães, professora universitária na UFF Macaé, vinculada ao curso de Direito, e coordenadora da Pós-Graduação Lato Sensu Residência Jurídica em Resolução de Conflitos na UFF/Macaé.

Fabianne inicialmente escolheu a área do Direito porque o curso trazia uma ampla diversidade de carreiras, e ao longo do curso foi amadurecendo a oportunidade de se dedicar à área acadêmica, uma vez que sempre soube que através da educação seria possível mudar vidas. Começou a lecionar em cursos jurídicos em 2005 enquanto ainda cursava o mestrado. Em 2013 ingressou na UFF como docente e de lá para cá, está em sala de aula exercendo extensão universitária que a aproxima da comunidade, pesquisa, além de atuar na área administrativa através da coordenação do curso.

Para ela, ser uma mulher concursada em um concurso que exigia doutorado em Direito é ter a possibilidade de inspirar outras mulheres a alcançarem, se quiserem, a carreira que almejam. “Na minha turma de doutorado mulheres estavam em minoria, retratando o quanto é difícil encarar a qualificação e ainda manter a realização em outras áreas da vida, como a formação da família”. Apesar de achar que manter a alta produtividade em vários eixos de exercício docente é um grande desafio, Fabianne acredita que criar mais projetos que tragam debates para evolução da comunidade na qual a Universidade está inserida é de extrema importância.

“Sou uma profissional feliz e realizada. Ver o sucesso alcançado por ex-alunos (as) no que quiseram desempenhar é minha grande realização! O lugar da mulher é onde ela quer estar. Seja profissionalmente, pessoalmente, emocionalmente, que seja dada oportunidade de escolha para o que queira ser ou fazer. Na UFF, por exemplo, não vejo dificuldades institucionais para que as mulheres alcancem posição de destaque, porém, precisamos equilibrar a carreira acadêmica com a vida pessoal, principalmente a maternidade, sendo sempre um grande desafio. Tive meus dois filhos durante o doutorado e passei no concurso da UFF com meu segundo filho com 1 ano apenas. Acredito que outro grande desafio é quando se assume posição de liderança, onde constantemente é necessário provar a competência, pelo simples fato de ser mulher e ser mãe”, destacou a professora, finalizando com uma fala importante: “Sou as pedras que quebrei ao longo do caminho. Sou profissional, mãe, esportista, mulher. Que seja possível a nós desempenharmos tantos quantos forem nossos sonhos, com segurança, apoio, sororidade e liberdade”.

· Luísa Lemos Vilaça – engenheira de produção / coordenadora e professora de Engenharia de Produção na FeMASS.

“Sempre gostei de Matemática e quando li sobre a Engenharia de Produção fiquei encantada com o leque de oportunidades que teria ao escolher esse curso e, de fato, foi o que aconteceu. Passei por diversas empresas, com cargos distintos, desde analista de gestão empresarial até Engenheira de Produção”. Desde criança, Luísa sempre gostou de ensinar e seu objetivo era ter uma carreira dupla, exercer a engenharia e ser docente do Ensino Superior.

Foi então que ela fez o mestrado e em seguida o processo seletivo da FeMASS em 2017, onde hoje exerce a função de coordenadora do curso de Engenharia de Produção e também professora, atuando exclusivamente na carreira acadêmica, realizando trabalhos de extensão voltados para sustentabilidade, palestras e ministrando cursos sobre o tema. Além disso, está cursando doutorado em Ciências Ambientais.

“A mulher possui diversos papéis na sociedade: mulher, mãe, esposa, profissional e precisa fazer malabarismos com todos esses papéis. No meu caso, estar à frente de um curso em que muitas vezes é composto em sua maioria por homens, é desafiador, mas passei por poucos momentos em que me senti intimidada com isso. De fato, devido aos diversos papéis que exercemos, em alguns momentos podemos perder algumas oportunidades, pois estamos desempenhando outros papéis naquele momento”, explicou a pesquisadora.

Seu maior desafio dentro de seu campo de trabalho é estar disponível para realização de pesquisas e outras atividades acadêmicas que estão fora do seu horário de trabalho, já o seu maior desejo é ver o curso de Engenharia de Produção da FeMASS se tornar cada vez mais referência na região. “Como dizem por aí, o lugar da mulher é onde ela quiser e é muito importante destacar o incentivo a mulheres, principalmente as mães, a se tornarem pesquisadoras. O ambiente universitário precisa estar preparado para isso, vejo muitas mulheres jovens hoje terem que abandonar seus cursos por não terem com quem deixar seus filhos”.

· Maria Gertrudes Alvarez Justi da Silva, meteorologista, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Clima e Energia da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) e professora associada do Laboratório de Meteorologia da UENF.

Justi, como é conhecida, se formou em Meteorologia pela UFRJ em 1975. Escolheu o Curso por ter Matemática e Física aplicadas a uma área científica belíssima: Ciências Atmosféricas. Fez mestrado em Matemática Aplicada no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e Doutorado em Engenharia Mecânica na COPPE/UFRJ. Foi professora do Departamento de Meteorologia da UFRJ de 1976 a 2013, onde exerceu cargos de coordenação e chefia por várias vezes. Foram 37 anos formando dezenas de gerações de estudantes, profissionalmente e cientificamente. Aposentou-se na UFRJ e fez um concurso para a UENF/LAMET, instituição onde trabalha há quase 11 anos.

Na UENF, ajudou a criar o Curso de Graduação em Engenharia Meteorológica (a primeira turma se forma este ano) e um Programa de Pós-graduação, que começou no ano passado. Foi, por dois mandatos, presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia e representante desta entidade no CONFEA por mais de uma vez. Em Macaé, na coordenação do Curso de Especialização, já contribuiu com a ampliação do conhecimento de profissionais de várias áreas.

Para Justi, trabalhar, criar dois filhos, no ambiente de uma área tecnológica e competitiva, foi um grande desafio. Hoje, já avó, com a experiência que ganhou tudo é muito mais fácil do que há anos. “Estou feliz e hoje me sinto realizada, mas não "finalizada". Continuo com muita vontade de continuar fazendo o que faço por mais tempo, pois gosto muito do meu trabalho. Minha missão é mostrar que os conhecimentos de tempo e clima são fundamentais para inúmeras áreas e que o profissional com essa formação pode contribuir muito com todos os setores. Pode parecer difícil de acreditar, mas ainda acham que o meteorologista só faz previsão do tempo”, concluiu.

· Aurea Yuki Sugai, professora Ensino Básico, Técnico e Tecnológico - EBTT, diretora de Inovação, Pesquisa e Extensão; e diretora geral do Instituto Federal Fluminense – IFF Campus Macaé

Aurea é engenheira de alimentos pela UNICAMP e bióloga pela UENF, mestre e doutora em Engenharia Química pela USP. Iniciou a carreira como docente em 2014 no IFF de Bom Jesus do Itabapoana e, em 2017, veio para o IFF Macaé. Desde então, faz parte da gestão do campus, inicialmente como coordenadora de Pesquisa e, desde 2019, como diretora de Inovação, Pesquisa e Extensão. Foi eleita diretora geral para o período de 2024 a 2028, a primeira mulher eleita para esse cargo em Macaé.

A pesquisadora se vê como profissional, esposa e mãe: assim como muitas mulheres, desempenhando hoje um papel plural, cheio de desafios na profissão e na vida pessoal. “Nunca enxerguei o fato de ser mulher como um empecilho e sempre procurei agir de forma que isso, de fato, não fosse um problema para exercer minhas atividades profissionais. Considero-me uma profissional feliz e de sucesso, mas sempre em busca de mais realizações”.

Assim como em muitos lugares, Aurea acredita que o maior desafio, especificamente no IFF, é melhorar a integração do campus com a comunidade, para que haja um sentimento de pertencimento entre ambos. Já na educação pública, entende que diminuir a evasão, especialmente dos cursos destinados aos trabalhadores e EJA é um ponto forte a ser debatido. “Meu maior desejo é garantir uma boa formação integral aos alunos de uma instituição pública como o IFF, oportunizando diferentes caminhos a esses alunos. E sobre as mulheres, que todas alcancem os seus objetivos sem que o fato de ser mulher seja um impeditivo ou seja visto como um limitante”, encerrou.

Dados

Dados divulgados pela Unesco mostram que apenas 30% das pessoas trabalhando na ciência são mulheres, com exceção da Matemática e Engenharia, com 35%. O mesmo estudo revela ainda, que mulheres ocupam apenas 28% das posições de pesquisa no mundo. Quando se trata de cargos mais elevados, a lacuna entre os gêneros chega a ser ainda maior no meio científico. No Brasil, por outro lado, os números se mostram mais animadores. Conforme levantamento feito pelo Open Box da Ciência, as mulheres representam 40,3% dos cientistas que declararam, até o ano passado, ter doutorado na Plataforma Lattes, base de dados sobre estudantes e pesquisadores do país mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o que não garante empregabilidade.

Mesmo assim, a porcentagem está longe de ser igualitária entre os gêneros. Dessa forma, o incentivo ao aprendizado das ciências desde a educação básica e a criação de projetos que estimulem o desenvolvimento científico e tecnológico nas escolas são algumas das soluções defendidas por órgãos nacionais e internacionais para reverter essa histórica desvantagem.


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