Na tarde de quinta-feira (24), o Paço Municipal foi palco de palestra ministrada pela médica-cardiologista Camila de Souza, especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, graduada pela UERJ, que dissertou sobre o tema numa linguagem simples e esclarecedora sobre a hipertensão arterial, doença silenciosa que ataca indivíduos de qualquer idade. Antes da palestra proferida, a dupla de atores do Grupo Gaia, Felícia Paes e Gustavo Manhães, fizeram uma ligeira, mas dinâmica apresentação e alongamento para descontrair a platéia.
Segundo a médica Camila de Souza, que é especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e graduada pela Universidades estadual do Rio de Janeiro (Uerj), o número de hipertensos tem aumentado progressivamente devido a fatores como maior incidência de obesidade, sedentarismo e maus hábitos alimentares.
- Um dos grandes problemas da hipertensão arterial é o fato desta ser assintomática até fases avançadas. Não existe um sintoma típico que possa servir de alarme para estimular a procura por um médico. Achar que é possível estimar se a pressão arterial está alta ou normal baseado na presença ou na ausência de sintomas, como dor de cabeça, cansaço, dor no pescoço, dor nos olhos, sensação de peso nas pernas ou palpitações, é um erro muito comum, explicou.
De acordo com a médica, todo indivíduo adulto deve, pelo menos, uma vez a cada dois anos medir sua pressão arterial. ”Se o paciente for obeso, fumante, diabético ou se tiver história familiar de hipertensão arterial, a pressão deve ser medida com uma periodicidade maior. Já aqueles pacientes sabidamente hipertensos devem medir a pressão arterial, pelo menos, uma vez por semana para saber se a pressão arterial está bem controlada. Hoje, já existem aparelhos de medir a pressão arterial automatizados, que podem ser adquiridos pelos pacientes para aferição da pressão em casa”, disse.
Ela explicou que um erro comum no diagnóstico da hipertensão é achar que o paciente é hipertenso baseado apenas em uma aferição isolada da pressão arterial. “Um paciente hipertenso pode ter momentos do dia em que a pressão esteja dentro ou próximo da faixa de normalidade, assim como uma pessoa sem hipertensão pode apresentar elevações pontuais de pressão arterial devido a fatores como estresse e esforço físico. Portanto, não se faz diagnóstico, nem se descarta hipertensão, baseado em apenas uma única medida”, enfatizou.
Na sua experiência profissional a médica explicou ainda que existem vários fatores que podem alterar a pressão arterial, entre eles, estresse, esforço físico, uso de bebidas alcoólicas, cigarro, etc. E que a maioria das pessoas só procura medir a pressão após eventos de estresse emocional ou dor de cabeça, situações que por si só podem aumentar os níveis tensionais.
A hipertensão está associada a diversas doenças graves como: insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas, morte súbita, aneurismas, perda da visão (retinopatia hipertensiva), insuficiência renal crônica, AVC, isquêmico e hemorrágico, demência por micro infartos cerebrais e arteriosclerose. “A hipertensão arterial raramente tem cura e o objetivo do tratamento é evitar que órgãos como coração, olhos, cérebro e rins (chamados de órgãos alvos) sofram lesões que causem as doenças descritas acima”, completou.
Finalizando a cardiologista a disse que a hipertensão arterial é uma doença que não tem cura, mas que se o hipertenso seguir as recomendações médicas e o tratamento adequado, ele pode levar uma vida normal, desde que tome os remédios nos horários determinados pelo médico.
Presentes ao evento, além dos idosos dos grupos de Macaé, a presidente Margarida Mussi Ramos; a coordenadora geral da Terceira Idade de Macaé, Luciana Alvarenga e as fisioterapeutas Marli Reis e Marlene Reis, idealizadoras do evento, da Coordenação de Saúde que funciona dentro da Coordenadoria Especial da Terceira Idade e que vêm prestando relevantes serviços voltados à comunidade idosa dos grupos da Terceira Idade de Macaé.