Foto: João Barreto
Programa se consolidou na região por contribuir para a reintegração à escola
Mesmo em período de férias o programa Classe Hospitalar, desenvolvido em parceria entre as secretarias de Saúde e Educação, continua atendendo alunos na faixa de dois a 13 anos, internados no Hospital Público de Macaé (HPM). Com o objetivo de assegurar o direito de aprendizagem das crianças e adolescentes, o programa se consolidou na região por também contribuir para reintegração à escola após alta do hospital.
Durante o recesso escolar, o trabalho que conta com atuação de professores e auxiliares de serviços escolares está desenvolvendo atividades com foco para letramento, contação de histórias, trabalhos lúdicos e desenvolvimento de jogos pedagógicos a exemplo de xadrez e estimulação. As ações são ministradas em duas salas específicas dotadas de materiais e brinquedos pedagógicos, com mesa para atividades voltados para o ensino-aprendizagem.
Patrick Otávio de Souza Pereira, de 4 anos, é um dos atendidos. O aluno da Escola Municipal Jacyra Tavares Duval participou de atividades diversificadas como montagem de quebra-cabeça, leitura com fantoches, além de jogos. Se recuperando de uma bactéria, o menino fez questão de se tornar um contador de historias mirim. "A sala é bonita. Parece até a da minha escola. É bonito", diz. Os pais Poliana Lobo e Patrick de Souza Carvalho aprovaram o trabalho no espaço. "Mesmo estando internado é muito bom ver o nosso filho animado com as atividades. Ele ficou mais descontraído e até esqueceu das dores que está sentindo no joelho. Ficamos até mais aliviados em ver o sorriso do Patrick".
A programação atende crianças e pré adolescentes, não apenas de Macaé, mas de outros municípios como Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Quissamã e Santa Maria Madalena. Moradora de Cabo Frio, Nicoly Teixeira Gomes, de 11 anos, gostou de participar das atividades da classe. "As professoras são atenciosas e até relembrei algumas coisas que aprendi na escola no ano passado", destaca.
Com a realização do projeto, o objetivo da rede municipal é dar continuidade aos estudos e melhorar a adaptação dos pacientes hospitalizados. O trabalho recebe acompanhamento pedagógico específico, oferece suporte aos educadores, que planejam as atividades do programa atrelado às atividades desenvolvidas nas escolas. Para facilitar o retorno às salas de aula, os profissionais do "Classe Hospitalar" aplicam exercícios e provas específicas no próprio hospital conforme o planejamento pedagógico da unidade. A aluna do Colégio Municipal Coquinho, Leana Pessanha, é uma delas. A menina foi internada há dois meses em virtude de um problema neurológico. A mãe, Cristiana Pessanha, aprova o funcionamento do projeto. “Foi muito bom para minha filha ficar vinculada à escola mesmo estando internada. A equipe é muito atenciosa e comprometida com todas as crianças. Essa questão nos deixa mais tranquilos, pois os estudos dos nossos filhos não correm o risco de prejuízos. Até nós, pais, recebemos atendimento especial”, observa
Além disso, para estreitar a aproximação com a família, as mães que estão com bebês internados no HPM também recebem atendimento das profissionais do programa. Elas contam com orientações sobre saúde, higiene e qualidade de vida. Antes do recesso escolar, os pais e responsáveis pelos alunos matriculados na rede municipal receberam informações quanto a renovação e cadastro da pré-matrícula .
De acordo com o secretário de Educação, Guto Garcia, o programa também tem como finalidades promover a aceitação, autoestima, segurança e melhor qualidade de vida em prol do desenvolvimento das potencialidades e contribuir para reintegração à escola após alta hospitalar.
Diante do atendimento ao aluno/paciente, a rede municipal atende ao Conselho Nacional de Educação, que prevê o atendimento educacional à crianças em tratamento de saúde, que implique internação hospitalar. O município também segue as determinações do Ministério da Educação (MEC), que indica a ação integrada entre os sistemas de ensino e saúde, por meio das classes hospitalares, na tentativa de dar continuidade ao processo de desenvolvimento e aprendizagem. Em Macaé, o programa conta com atuação de uma equipe multidisciplinar composta pelas professoras Clize Vantil Miranda, Zilma Azeredo, Priscila Martins, Dilma Amaral e Luana Alvim, além das auxiliares de serviços escolares Elian Dias e Rita Luziê.
Atendimento Domiciliar
Os estudantes que receberam alta hospitalar, mas ainda não têm condições de voltar à escola contam com atendimento domiciliar, vertente diferenciada do "Classe Hospitalar", que visa manter o vínculo e reintegração à escola. O trabalho promovido em domicílio é mais um suporte para os alunos que apresentam doenças crônicas ou algum comprometimento, que os impede de frequentar a escola. O atendimento em casa é mais um estímulo para resgatar o vínculo com a escola. As professoras visitam os estudantes, e dependendo do estado de saúde, em que se encontram, eles estudam os conteúdos ministrados na sala de aula É o caso do aluno de Luan Luciano de Souza, de 9 anos. O aluno da Escola Parque Maria Angélica Ribeiro Benjamim apresenta uma doença congênita e conta com o atendimento especial.
Para a avó de Luan, Cláudia Justino de Souza, a programação é maravilhosa. “A equipe ajuda meu neto nas atividades escolares e quando ele ficar restabelecido e retornar à escola, ele não fica desatualizado dos conteúdos. Outra questão importante é que a equipe nos ajuda em várias questões o que permitiu um elo com as professoras que são maravilhosas”, conta.