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Educação promove festa com distribuição de brinquedos a estudantes internados

12/12/2011 14:47:29 - Jornalista: Andréa Lisboa

Foto: Divulgação

Espaço está pronto para receber a criançada

Na próxima quinta-feira (15), a partir das 13h30, as crianças internadas na Unidade de Emergência Pediátrica Dr. José Paulo de Mendonça (UEP), no Centro de Macaé, vão celebrar o Natal e comemorar o encerramento do ano letivo com suas famílias. Esta será a primeira festa nessa unidade do projeto Salas Hospitalares, que teve início em maio deste ano. No sábado (10), a comemoração aconteceu no Hospital Público Municipal Dr. Fernando Pereira da Silva (HPM), nos turnos da manhã e da tarde, com palhaços, animação, lanche e distribuição de brinquedos.

O projeto Salas Hospitalares surgiu a partir de um levantamento feito pela equipe do Plano Diretor do município, que apontou os problemas crônicos de saúde como o segundo maior motivo da evasão escolar. A execução do projeto está a cargo da recém criada Coordenadoria Interdisciplinar de Ações Comunitárias da Secretaria de Educação, através da equipe do Serviço Social.

- As crianças que ficam muito tempo internadas acabam perdendo o conteúdo escolar e até o interesse pelo estudo. A própria doença atrapalha o rendimento. Pretendemos minimizar esse impacto. Logo após as festas de encerramento das atividades deste ano letivo, iniciaremos um levantamento dos resultados desse trabalho junto às escolas, que será divulgado a partir de janeiro do próximo ano, disse o secretário de Educação, prof. Guto Garcia.

Desde maio, o Serviço Social da Educação - que além de assistentes sociais conta com uma artepedagoga e duas pedagogas que se qualificaram para este tipo de trabalho - faz quarenta atendimentos por mês no HPM, nos turnos da manhã e da tarde, e na UEP, no turno da tarde. O projeto atende prioritariamente a estudantes do Ensino Fundamental, com idade de 4 a 18 anos. Na UEP o trabalho é estendido a crianças de dois e três anos de idade, com o foco nas famílias.

O trabalho com estudantes que ficam mais de 30 dias internados envolve as unidades de ensino. O Serviço Social se informa do conteúdo escolar do aluno que é adaptado pelas professoras das Salas Hospitalares. Segundo as pedagogas, o acompanhamento diário aos estudantes é feito respeitando suas condições de saúde.

- Na sala hospitalar da UEP, meu filho teve a oportunidade de ler e desenhar. Isso ajudou bastante, porque ele estava rebelde no colégio e esse período aqui fez com que ele ficasse menos agressivo, disse Verônica Pinheiro, moradora do bairro Malvinas. Seu filho Ruan esteve internado por sete dias.

- Aproveitando esse momento em que a criança está recebendo mais atenção dos pais, buscamos aproximar a família do dia a dia do estudante. É muito importante que a família se envolva com a escola. Além disso, as salas hospitalares são lugares onde as crianças podem enxergar os hospitais de outra perspectiva, sem medo, porque fazem atividades e interagem com outras. Queremos que o hospital também se torne um local de aprendizado e de alegria, explica a coordenadora do projeto, Viviane Rocha.

O Serviço Social da Educação faz ainda o direcionamento das demandas que as famílias apresentam, como o encaminhamentos a creches e outros que envolvem os serviços prestados pelas redes municipais de Educação, de Saúde, da Assistência Social, de Trabalho e Renda, entre outras.

- Fizemos treinamento de uma semana no Hospital Jesus, no Rio de Janeiro, referência nesse tipo de serviço. Recebemos orientações sobre contato, higienização e procedimentos dentro do ambiente hospitalar. As áreas de educação e saúde estão abraçando esse projeto com empenho. Neste mês, as crianças produziram cartões de Natal para decorar nossa sala, onde expomos os trabalhos, disse uma das pedagogas do projeto, Graça Costa.

Desde agosto, a equipe do Serviço Social da Educação, partindo de uma ampla pesquisa em 48 escolas de Ensino Fundamental da rede municipal, faz ainda acompanhamento dos estudantes evadidos ou com baixa frequência. Esse trabalho é realizado em parceria com o poder judiciário. A partir do próximo ano letivo, esse projeto incluirá a ação ‘Escola de pais’, com foco em 50 famílias de crianças e adolescentes em conflito com a lei. Palestras e encontros estão sendo planejados. A equipe é integrada por cinco assistentes sociais e oito estagiários da Universidade Federal Fluminense (UFF).