Macaé teve comemoração especial no Dia Mundial da Água: uma expedição ecológica técnica ao Arquipélago de Sant`Anna, com geólogos do Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e profissionais da Secretaria de Ambiente de Macaé. A ação teve dois focos: analisar os parâmetros da água de duas lagoas localizadas na Ilha do Sant`Anna e avaliar os deslizamentos de terra na Ilha do Francês.
De acordo com o secretário de Ambiente de Macaé, Maxwell Vaz, atividades como estas são importantes. “Este tipo de expedição ecológica com participação de outros órgãos e técnicos especializados que mostram o nível de evolução técnica da Secretaria de Ambiente e reflete a nossa preocupação com os fenômenos naturais que acontecem na cidade, principalmente nas nossas unidades de conservação”, ressaltou o secretário.
A pesquisadora da UFRJ, Kátia Mansur, que também faz parte da comissão de implantação do primeiro Geoparque do Estado do Rio de Janeiro e segundo do Brasil, disse que a ação foi produtiva. “Conhecia o arquipélago só por foto e visto de Macaé e estou surpresa. Não imaginava tanta variedade e diversidade geológica neste local. Foi excelente e, com certeza, vamos colocar muitas fotos que fiz aqui no relatório que enviaremos à Unesco”, contou.
Kátia frisou que os deslizamentos de terra na Ilha do Francês é um fenômeno natural. “Não há interferência humana, o que está acontecendo aqui é natural, podemos observar o deslizamento nos dois lados da ilha”, enfatizou. O geólogo, MSc em geologia, Marcelo Soares de Almeida, acrescentou: “Estes deslizamentos pertencem a própria evolução da enseada do Francês e a tendência é que ele seja progressivo. Daqui a milhares de anos um pode encontrar com o outro”, afirmou.
Já em relação às lagoas da ilha de Sant`Anna, a equipe da secretaria de Ambiente levou o equipamento para medir os parâmetros da água e uma coleta foi retirada para análise da qualidade das mesmas.
- Através da análise fisicoquimicas imediata descobrimos que as lagoas são de água doce e estão com o PH na faixa de concentração ideal para lagoas costeiras de água doce, conforme determina o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Com a água coletada nós encaminhamos para o Instituto Macaé de Metrologia e Tecnologia (IMMT) para a realização do Índice de Qualidade da Água. Com isso, nós faremos o enquadramento das lagoas e já catalogamos as coordenadas geográficas das mesmas, salientou o biólogo da coordenadoria de Recursos Hídricos, Rodolfo Coimbra.
Marcelo afirmou que é muito cedo para fazer uma análise precisa das lagoas. “É preciso mais tempo para estudar as lagoas, pois não achamos tantas evidências. Podemos dizer que são lagoas alimentadas por água de chuva armazenada e provavelmente deve ter uma nascente na ilha, mas não podemos afirmar com certeza, é preciso mais tempo para pesquisar”, disse.
Os geólogos Leonardo Pressi e Yuri Garim também participaram da expedição e amostras de rochas foram retiradas para análises.
