logo

Exposição mostra trabalhos do macaense Niltinho Cupello

06/06/2012 15:48:00 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Kaná Manhães

Cupello tinha o estilo surrealista e impressionista e fazia muitos desenhos baseados em seus sonhos

Apesar de ter falecido em 2010, aos 60 anos de idade, as obras artísticas de Nilton Carlos Curvello da Costa, o Niltinho Cupello, continuam vivas e expostas no Solar dos Mellos, até o dia cinco do mês que vem, sempre das 9h às 17h. O público terá a oportunidade de ver a trajetória de um artista plástico macaense extremamente criativo. Estão expostos cerca de 30 gravuras, desenhos, pinturas, ilustrações do Jornal O Século e as famosas gravuras do livro de Geraldinho Carneiro. Ele deixou mais de 200 trabalhos realizados

Cupello tinha o estilo surrealista e impressionista. Fazia muitos desenhos baseados em seus sonhos. Viveu numa época de experimentação de drogas, especialmente o LSD. Tinha como lema hippie: “Paz e Amor”. Em seu auto-retrato parece com Che Guevarra ou Raul Seixas.

Utilizava o psicodelismo. Suas roupas eram de couro e coloridas. Tudo com espírito rebelde.
Ele foi um dos pioneiros do movimento para a criação do antigo barracão da criação, foi um dos que iniciaram a luta para que Macaé tivesse um Centro Cultural. Em 1972 participou da XXI Exposição do Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Recebeu convite para expor no Japão. Colaborou com desenhos para o jornal O Século e em 2010 morreu esquecido e doente e, antes de morrer, diante de uma crise nervosa queimou a maioria de suas obras. Deprimido, parou com a arte, que era sua vida.

Segundo o vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico da Fundação Macaé de Cultura, o professor de História Ricardo Meirelles, Cupello e diversos artistas como Newton Carlos, Manoel Reis, Nato Reis, Jojó, Isaac e Marco Aurélio exigiram, em 1975, que o então prefeito Alcides Ramos lhes proporcionasse um espaço cultural. E isso acabou acontecendo nas exposições que se realizavam anualmente na destilaria (perto da atual rodoviária).

Primeiramente, eles expuseram seus trabalhos com pintura, depois com escultura. Mais tarde, veio a fotografia. “Toda festa na destilaria tinha espaço cultural”, lembra Meirelles. Mas, com o advento do prefeito Carlos Emir (1977), o espaço cultural ganhou mais qualidade: nos fundos da Nova Aurora passou a funcionar o Barracão da Criação. Tudo em nome do movimento cultural e artístico.

- Hoje, o Solar dos Mellos está valorizando um artista local que marcou com seu talento toda uma geração. Para ver isso, você deve dar um pulinho aqui no Solar e conferir a beleza e a arte de Cupello, que merece todas as nossas admirações e considerações, finaliza Meirelles.


Fotos Relacionadas