Foto: Kaná Manhães
A população pediu a prorrogação da Feira por mais um dia
A Feira Macaense de Artesanato, realizada durante quatro dias esta semana na Praça Veríssimo de Mello, se tornou um marco para os profissionais artesãos, que registraram a venda de 70% dos produtos, e tiveram oportunidades para se informar, fazer negócios e retomar a luta pela regulamentação da profissão. A população pediu a prorrogação da Feira por mais um dia, houve a participação de diversos municípios tornando a Feira Regional e foram identificados os talentos no estilismo. O prefeito Riverton Mussi publicou em Diário Oficial a inclusão da Feira no calendário do município.
O resultado foi comemorado entre os participantes que ressaltaram o cumprimento da proposta do evento: incentivar e buscar o fortalecimento profissional do artesão. A estimativa da organização é que aproximadamente quatro mil visitantes passaram pelo espaço, que contou com uma estrutura inovadora. O evento, já confirmado para o próximo ano, contou com a participação de 140 artesãos de Macaé e região.
- A participação dos macaenses, o nível de venda e qualidade dos produtos em exposição, confirma o sucesso da primeira feira de artesanato em Macaé. A ideia é realizarmos este evento quatro vezes ao ano, aproveitando as principais datas comemorativas do país como Natal e Dia das Mães. É importante ressaltar também a diferença que as oficinas desta feira irão representar na vida profissional de cada artesão. O objetivo foi atingido com a união dos artesãos de Macaé e região. A categoria já está se movimentando para a criação do Sindicato dos Artesãos. Levaremos para a Câmara Federal a proposta de legalização da profissão – frisou a vice-prefeita, Marilena Garcia.
Uma das atrações foi um desfile que reuniu peças desde acessórios até roupas como brincos, colares, bolsas, batas e saias. Os resultados das oficinas foram os destaques na passarela e o público apreciou. “É a primeira vez que vejo peças de tanta qualidade e diversificadas num só evento”, disse a estudante Maria Clara Ferreira de Souza.
O coordenador extraordinário do Macaé 200 anos, Ely Peron Frongilo, afirmou que a decoração do espaço, destinado a 40 instituições, buscou aproveitar a diversidade com painéis de artistas consagrados como Cocco Barçante. Outro diferencial, segundo ele, foi à iluminação. “Os artesãos estão impressionados com a estrutura do evento e valorização dos seus trabalhos”, disse Peron.
Segundo a coordenadora da Feira, Katia Angeloff, a prorrogação do evento por mais um dia foi à resposta do sucesso da iniciativa. “As pessoas gostaram da exposição dos produtos, palestras e oficinas. A equipe do Macaé Cidadão fez uma pesquisa para verificar o perfil dos artesãos que iremos divulgar em breve. Essas ações são importantes para buscarmos uma identidade da categoria”, avaliou Kátia.
Para a artesã Mara Cristina Rosa de Souza, a Feira representou a oportunidade de divulgar seus trabalhos. “Estava desempregada e dentro de um ano fiz um curso na Escola de Qualificação da Barra e hoje estou aqui expondo e vendendo meus produtos”, conta Mara que atua com artesanato de reciclagem.
A oficina “Cor, Forma e Design no Artesanato”, ministrada pelo consultor do Sebrae, Cocco Barçante auxiliou os artesãos a desenvolverem suas concepções de designs voltados para o mercado. Cocco, que é artista plástico ressaltou que a forma e o cuidado ao pensar no produto a ser comercializado têm que atender também as necessidades de mercado e despertar o interesse. “O conceito influi em todo o processo de produção. Desse modo, cores, temas e formas são um aliado no momento de construção de uma peça” disse ele.
Cocco também expôs na feria seus trabalhos pelo projeto “Sentimentos do Rio” no qual demonstra, por meio de painéis, seu amor pela cidade do Rio de Janeiro, registrando a arte e moda dos bairros cariocas. Trabalhando suas formas e cores, o artista criou uma paleta própria em suas obras, onde a Lapa é amarela, Santa Teresa sépia, Ipanema azul e o Cosme Velho lilás.
Paris - A estilista brasileira, radicada na França Márcia de Carvalho, realizou a oficina “Artesanato Contemporâneo: evolução do estilo, apresentação de coleções, metodologia do processo criativo e criação de identidade”. Juntamente com um grupo entusiasmado de artesãos, Márcia desenvolveu técnicas de cores e composições de peças com resultados impressionantes ao vestuário feminino. As peças, elaboradas por várias mãos e feitas em dois dias foram apresentadas no desfile da última quinta-feira arrancando aplausos entusiasmados e despertando o imediato desejo de consumo. "Um grupo de artesãos macaenses irão trocar experiências com artesãos de Paris e montar uma coleção para 2012", disse Márcia.
O empreendedorismo foi um dos temas apresentados pelo consultor do Sebrae Claudio Bastos. “Empreendedorismo Individual” levou aos profissionais do artesanato, informações e benefícios sobre a legalização de sua empresa. Entre as vantagens oferecidas está a Lei Complementar nº 128, de 19/12/2008 que estabelece o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilitará a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais.
O Banco do Brasil, que oferece linha de crédito apresentou a palestra “Microcréditos”, ministrado pelo Gerente Regional do Banco. Elias Zeglin. Segundo a instituição, foram desenvolvidas linhas de crédito específicas, com taxas de juros de 0,64% ao mês para operações de crédito que podem chegar a R$ 15 mil, e prazo de pagamento de até 36 meses.