Foto: Maurício Porão
Expositores receberam treinamento para garantir a qualidade dos produtos comercializados
Aos moldes da tradicional Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, o bairro Lagomar vai receber o seu próprio evento gastronômico e de artesanato. A Feira Raízes Brasileiras vai ser inaugurada no próximo dia 17 e vai fazer parte do calendário oficial do município: todos os sábados, das 6 às 23 horas, moradores e visitantes vão poder conferir o evento, que tem por objetivo valorizar a cultura, gerar renda e levar esse tipo de atividade e outros pontos do município.
A proposta, que tem o aval da prefeitura, por meio do apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, nasceu da união do Centro de Cultura Nordestina de Macaé, Associação de Moradores do bairro e Sociedade Amigos do Lagomar (SAL). A feira já tem endereço fixo: em frente ao número 24 da Avenida Quissamã.
O subsecretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnológico e Turismo, Leonardo Pessanha, explica que, inicialmente, serão 30 expositores. Ele acrescenta que a secretaria proporcionou um curso de manipulação de alimentos, dividido em duas etapas, que possibilita mais informação para ser refletida na qualidade dos produtos oferecidos na feira.
- O apoio da secretaria teve custo zero. Trata-se de um plano estratégico para que a feira dê certo. A ideia é que seja dividida em duas etapas: das 6h às 12h, com comercialização de produtos hortifrutigranjeiros. E na parte da tarde até à noite, será voltada à gastronomia e artesanato. O projeto é que a feira se torne cada vez maior e gere mais renda, e que tenhamos até a participação de food trucks. Vamos ter eventos também para atrair e agregar pessoas de outros pontos da cidade. Nesta primeira edição, teremos a participação de Jane Brasil e sua equipe - ressalta Leonardo.
Simone de Azevedo Gomes, assessora jurídica da secretaria, acrescenta que o espaço vai contar com entretenimento e espaço de atividades para crianças. "A Casa do Empreendedor tem dado esse suporte e inclusive, temos outros projetos como feiras de preços especiais. A ideia é fomentar e contribuir para melhor distribuição de renda", observa Simone.
Presidente do Centro de Cultura Nordestina de Macaé, José Carlos Gomes é neto de um dos fundadores da Feirinha de São Cristóvão, no Rio. Ele comemora a criação da feira em Macaé, e diz que esse é um desejo de muitos anos. "Saímos na frente nesse quesito, e pretendemos com isso, trazer mais turismo ao município ", explica.
O CURSO - Palestrante do curso de manipulação de alimentos, Mariana Previtali Ramos, falou sobre higienização, armazenamento adequado e outras práticas para melhorar a qualidade dos produtos oferecidos e atendimento. "O curso foi focado nos expositores da feira e apresentamos noções para atenderem as normas sanitárias, que podem ser usadas com fim de licenciamento para quem quer continuar e se profissionalizar no ramo", explicou Mariana, que é coordenadora do Mercado Municipal de Peixes.
EXPOSITORES - Técnico mecânico por formação, Moisés Oliveira Santos é apaixonado por gastronomia. Um dos expositores da feira, aos 50 anos, ele conta um pouco de sua experiência trabalhando em buffets de festas, eventos, restaurantes, churrascarias e diz que vê possibilidade de muito crescimento na feira. "Gostei muito do curso e a gente sempre tem algo a aprender, por mais que tenha experiência no ramo. Na feira, vou trabalhar com feijoada, comidas típicas nordestinas, caldos e mocotó. É um evento muito interessante, pois essa região aqui no Lagomar e proximidades tem cerca de 40 mil habitantes que precisam de um evento do tipo, para que o dinheiro circule", acredita.
Mirian Dantas de Brito é outra expositora da feira. Ela vai trazer peças de artesanato e moda. "Trabalho com capim dourado. O material eu comprei em uma aldeia indígena em Brasília. As bijuterias são como joias, de tão bonito o trabalho. Acho interessante trazer esses produtos aqui para a região", observa.