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Fotógrafos macaenses lançam livro sobre o Parque Atalaia nesta terça

25/07/2011 10:34:50 - Jornalista: Tânia Garabini

Foto: Romulo Campos

Livro é o resultado de mais de cinco anos dedicados a documentar um dos mais importantes parques municipais da região

Belas imagens e textos educativos é a promessa do casal de fotógrafos macaenses Romulo Campos e Claudia Barreto, ao lançarem nesta terça-feira (26), às 20h, no Solar dos Mellos o livro "Parque Atalaia. Com 148 páginas e capa dura, "Parque Atalaia” é o resultado de mais de cinco anos dedicados a documentar um dos mais importantes parques municipais da região, que ainda abriga significativos exemplares da flora e fauna.

O livro conta com vários colaboradores, além de pesquisa realizada pelas historiadoras Gisele Muniz e Conceição Franco, que descrevem os bastidores da chegada do sistema de abastecimento e distribuição de água a Macaé. O livro conta com o apoio da Gráfica Silva Santos.

- Este projeto tem um significado especial para nós. Foram anos de dedicação e a parceria com Gráfica Silva Santos está permitindo que entreguemos aos leitores uma obra de grande qualidade. Nossa expectativa é que o livro desperte o desejo de os macaenses conhecerem e preservarem esta importante unidade de conservação, afirma Claudia Barreto.
Romulo Campos informa que embora o livro seja autoral, solicitou a colaboração de outros fotógrafos do município, como Paulo Tinoco, Paulo Noronha, Marcos Pinto, Alexandre Bezerra e também do acervo do Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (Nupem), que cederam parte de seus acervos para que algumas das espécies que não foram registradas pelo casal pudessem fazer parte do livro.

"Parque Atalaia" será comercializado e a renda revertida para uma instituição beneficente, a ser definida em comum acordo entre o patrocinador e os autores. "A renda do livro sobre a Lagoa de Imboassica destinamos à Associação Macaense de Apoio aos Cegos (Amac) e vamos seguir o mesmo critério, desta vez, destinando a uma nova instituição", assinalou Campos.

Parque Atalaia: natureza preservada

Cedro-rosa, embaúba, palmeira, ipê, carobinha, imbiú, bromélia, jetiquibá, cipó, embiruçu, abútua, figueira, garapa, ingá, marianeira. Esses são nomes populares de espécies arbóreas e de vegetação encontradas no Parque Natural Municipal Fazenda Atalaia, resquício da Mata Atlântica em Macaé, cidade do Norte Fluminense que luta pela proteção dos recursos naturais e pela preservação e restauração da diversidade de ecossistemas.

O grande número de plantas existente no Parque define a perfeita composição do meio ambiente: em cada trecho de remanescente florestal, mata ou outra vegetação típica, espécies arbóreas contribuem - devido à intensa frutificação e floração - para a alimentação de animais, inclusive alguns ameaçados de extinção.

Mamíferos como bugio, gambá, paca, tapeti, morcego, tatu, caxinguelê convivem harmonicamente com inúmeras espécies de aves como inambu, urubu, gavião, caracará, saracura, quero-quero, juriti-pupu, pomba-debando, rolinha, papagaio, coruja, beija-flor, pica-pau, joão-de-barro, sabiá-do-campo, canário-do-campo e de anfíbios como sapo e rã. Algumas espécies de vegetação ameaçadas de extinção são encontradas no Parque Atalaia, como caiapiá, bainha-de-espada, vinhático e canxim-mirim.

O Parque Natural Municipal Fazenda Atalaia tem conformidade com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), que abrange a articulação entre os governos municipal, estadual e federal na promoção de uma política nacional de conservação ambiental. A implantação de parques naturais está entre as cinco categorias de Unidade de Conservação de Proteção Integral, previstas no SNUC. O Parque possui um Plano de Manejo, dividido em diagnóstico da Unidade de Conservação – etapa de estudos para reconhecimento e levantamento de campo - e Planejamento da Implantação do Parque, que define as ações para a implantação da Unidade de Conservação.

A Lei 9985/2000 afirma que o Plano de Manejo é “documento técnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma Unidade de Conservação, estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação de estruturas físicas necessárias à gestão da Unidade”. Já em âmbito nacional, os parques são regulamentados pelo Decreto Federal nº 84.017 de 21 de dezembro de 1979.

A hidrografia do Parque Atalaia é outro ponto importante. Com recursos hídricos vastos, o córrego do Atalaia possui nascentes na denominada Serra da Boa Vista, onde se situa o Parque Natural Municipal Fazenda Atalaia. Com temperatura média de 23,5ºC, o Parque possui umidade relativa do ar média mensal entre 80% e 82%. A implantação do Parque Natural Municipal Fazenda Atalaia – consolidada no primeiro mandato do prefeito Riverton Mussi – era uma luta da classe ambiental de Macaé e região: o parque foi o primeiro manancial hídrico da cidade.

Voltado para a preservação e educação ambiental, identificação de espécies animais e vegetais e pesquisas, o Parque Atalaia é o primeiro parque municipal de Macaé e uma das poucas reservas de Mata Atlântica ainda intactas no Estado do Rio de Janeiro. O parque é dotado de remanescentes florestais das zonas baixas do município que sobreviveram à degradação ambiental.

O ecoturismo ordenado e orientado é um dos objetivos do Parque Atalaia, para que os visitantes conheçam a importância da conservação do meio ambiente para a geração de hoje e as futuras. O turismo ecológico é uma tendência desta atividade não só no Brasil, mas em todo o mundo, utilizando de forma sustentável o patrimônio natural, incentivando a sua conservação, e também promovendo o estudo biológico. O objetivo é único: contemplar uma das áreas naturais mais bonitas da região e a preservação das espécies de fauna e flora.

A implantação do Parque Atalaia mostra a importância que é dada pela prefeitura ao meio ambiente. Ações voltadas para o setor como a proteção da foz do Rio Macaé, a conquista da região com o lançamento do Plano de Manejo do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, a manutenção ecológica da APA do Sana - uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável dos Recursos Ambientais -, a conscientização da importância do Arquipélago de Sant‘Anna são outras ações que visam garantir o futuro do município para as próximas gerações. A ampliação das Unidades de Conservação Municipal, com a implantação do Parque Natural Municipal da Praia do Pecado, é outro destaque ambiental importante para o município.

Com o livro Parque Natural Municipal Fazenda Atalaia, os fotógrafos Claudia Barreto e Romulo Campos resgatam em visualizações detalhistas o ambiente natural do Parque Atalaia, e mostram a identidade visual, as espécies nativas, mas sobretudo, o respeito a cada espécie fotografada, passando para o leitor a importância da bioconservação de ecossistemas terrestres e a interação entre os elementos da natureza. Com foco na vida e na preservação dela.