Foto: Juranir Badaró
Através do projeto Cabeça Nego, foram ministradas palestras para cerca de três mil alunos e alunas com idades acima dos 12 anos
O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial é no próximo sábado (21) e a Coordenadoria Extraordinária de Igualdade Racial (Cepir) da Prefeitura de Macaé faz um balanço das atividades que tem realizado nessa área. Através do projeto Cabeça Nego, foram ministradas palestras para cerca de três mil alunos e alunas com idades acima dos 12 anos, em cerca de 20 instituições públicas de ensino. Isso se deu entre o segundo semestre de 2013 e o final de 2014
O título desse projeto é ‘Fala Jovem’, cuja temática refere-se à ‘Construção de uma Cultura de Paz’. Cirandas de papo e memória também foram promovidas por profissionais desse órgão municipal. Segundo a coordenadora pedagógica de projetos da Cepir, Sandra Brandão, também ocorreram ações nos espaços públicos em parceria com diversas secretarias da prefeitura, contribuindo com a disseminação de conhecimentos sobre a cultura africana e sua participação na construção da sociedade brasileira.
A Cepir ainda desenvolveu o projeto ‘Saúde da Cabeça aos Pés’, executado em postos de saúde do município, enfocando as doenças que assolam a população negra. Só em agosto do ano passado, houve capacitação de 250 agentes dos módulos do Estratégia de Saúde da Família (ESF), por representante do Ministério da Saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Em parceria com a Câmara Municipal de Macaé, foi aprovado o Conselho Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e a ratificação da medalha Carucango. Ela é conferida como premiação a pessoas e instituições que trabalham na promoção da igualdade racial no município.
De acordo com o assessor da Cepir, Dorniê Matias, também há associação com o Legislativo para que se tramite a Lei de Incentivo à Cultura, segundo a qual o artista local será devidamente valorizado, com desburocratização de sua participação em eventos artísticos, cênicos e musicais. “Essa lei busca que o empresário se apoie na cultura local e cria um selo intitulado ‘Josias Amon’, garantindo ao empreendedor a denominação ‘empresário amigo da cultura’", destacou.
Na quinta-feira (26), às 15h, no auditório do Centro Administrativo Luiz Osório (Cealo), o filme ‘Meu Mestre, Minha Vida’, com Morgan Freeman, será exibido. Em seguida haverá uma roda de conversa sobre a participação de cada pessoa em favor da eliminação do preconceito racial.
Luta pela eliminação da discriminação racial
O Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebra-se em 21 de março em referência ao Massacre de Sharpeville. Nesse dia, em 1960, na cidade sul-africana de Joanesburgo, 20 mil pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.
Em memória a este massacre, a ONU instituiu 21 de março o Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial. A legislação brasileira instituiu os primeiros conceitos de racismo em 1951 com a Lei Afonso Arinos (1.390/51) que classificava a prática como contravenção penal. Somente a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5.º, XLII, é que classificou a prática do racismo como crime inafiançável e imprescritível.