Foto: LAcosta
Embarcação foi contratada para realizar monitoramento do ecossistema da Lagoa
Após a retirada do barco que estava adernado (inclinado para um dos lados) na Lagoa Imboassica na segunda-feira (26), a secretaria de Meio Ambiente, que contratou a embarcação para um trabalho de monitoramento do ecossistema, constatou que se tratou de um incidente provocado pela água que entrou pela descarga do motor.
De acordo com o operador do barco, o pescador Tio Jorge, como o motor fica a 20 cm acima do nível da lâmina d’água, provavelmente com o balanço das ondas a água foi entrando durante toda a noite, enquanto o barco estava ancorado. Ele contou como tudo aconteceu.
- Tudo não passou de um grande susto. Quando cheguei na manhã de segunda para dar início à operação de retirada das lhas de taboas encontrei o barco adernado. Imediatamente, entrei em contato com o secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz, para tomar as medidas necessárias e fazer a intervenção cabível – disse.
De acordo com o secretário, que esteve no local com técnicos para averiguar os fatos, por prevenção acionou imediatamente a Petrobras de Macaé e a Coordenadoria Extraordinária de Defesa Civil para fazerem parte do plano de resgate e de contenção, caso ocorresse um vazamento de óleo do barco na lagoa, provocando algum dano ambiental.
- Na terça-feira (27), às 7h da manhã, após a colocação das barreiras de contenção pela Petrobras, conseguimos puxar o barco para a margem, com o auxílio de um trator e após a retirada de toda a água que estava dentro da embarcação, a equipe técnica averiguou que se tratou de um incidente – explicou Maxwell.
Até a hora da retirada da embarcação para a margem havia suspeita de uma possível sabotagem. Segundo informação do coordenador da Fiscalização Ambiental, Ronaldo Lima, a suspeita baseou-se nas duas ligações anônimas que a secretaria recebeu. “A pessoa que não quis se identificar disse que não deveria ter barco nenhum na lagoa. Isso alimentou nossa desconfiança”, assegurou.
Monitoramento das ilhas de taboas - O serviço de monitoramento no ecossistema que deveria ter sido iniciado na segunda-feira, deverá começar nesta quarta (28). Trata-se do projeto de retirada do excesso das ilhas de Taboas de espécie invasora (diferente da taboa nativa) que se enraizaram em vários locais dentro da lagoa diminuindo o espaço do espelho d’água, transformando a lagoa em brejo.
- As taboas retiradas são transportadas para a subsecretaria de Agricultura, com quem mantemos um projeto de compostagem, uma técnica aplicada para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais que utilizaremos como adubo nos plantios – revelou Vaz, completando que a outra parte da taboa retirada na lua minguante ficará à disposição dos artesãos.
O pescador Tio Jorge informou que após efetuar o trabalho de limpeza e verificação do motor a embarcação estará apta para o trabalho. “Vamos retirar as ilhas de taboas com muito cuidado e observando se elas possuem ninhos de aves que são mais comuns no verão. Muitas delas se colocam próximas às margens sufocando espécies nativas como o junco, meã e o gorfo (vitória régia), que são fundamentais para o equilíbrio ecológico da Lagoa. Essas espécies nativas que vivem nas águas quentes e rasas, onde há a reprodução do peixe de água doce serão preservadas”, disse.
