Buscando preservar a Lagoa de Imboassica e seu entorno, as secretarias de Ambiente de Macaé e Rio das Ostras vão assinar um termo jurídico que permitirá aos representantes ambientais das duas cidades promoverem ações e fiscalização em conjunto. O assunto foi definido em reunião nesta quarta-feira (4) em Macaé.
Além de defender os interesses ambientais de Macaé e Rio das Ostras, a união vai estreitar o relacionamento das duas cidades junto ao Comitê de Bacias Hidrográficas e assim proteger um importante sistema hídricos. Na reunião, foi definido ainda que os trabalhos de vigilância local serão em conjunto, com criação de escala intercalada entre a Guarda Municipal de Rio das Ostras e a Florestal de Macaé para ocuparem o espaço ambiental da Secretaria de Ambiente disponível na lagoa, bem como fornecimento de veículos para essa fiscalização.
Um dos pontos mais importantes destacado pelos secretários Romulo Campos (Macaé) e Ivan Noé de Freitas Antunes (Rio das Ostras) é a retomada de posição dentro do Comitê de Bacias Hidrográficas Macaé e Rio das Ostras para maior poder de decisão em ações e projetos nesse setor que atendam as necessidades ambientais das duas cidades. Uma área comum, a Lagoa de Imboassica seria o principal ponto de união das duas cidades dentro do Comitê para obtenção de recursos, proposição e adoção de leis que visem preservar o meio ambiente da região.
Isso aliviaria a preocupação não somente dos ambientalistas macaenses, mas da cidade vizinha. Segundo Ivan Noé, já existem três pedidos de expansão e implantação de loteamento no entorno da Lagoa de Imboassica. Foi solicitado autorização para ampliação em mais 1.500 unidades no Alphaville, 800 no complexo turístico das Pedrinhas e criação de condomínio na Fazenda das Garças. Isso pode gerar um impacto ambiental na região.
– Esse importante corpo hídrico que existe em Macaé e Rio das Ostras precisa servir como polo de união, o que conseguimos chegar num acordo mútuo com o secretário Ivan Noé e queremos agora estender essa parceria e entrosamento também dentro do Comitê de Bacias Hidrográficas, justificou Romulo Campos.
O mesmo pensamento é compartilhado pelo secretário de Meio Ambiente de Rio das Ostras, que defende a necessidade de reconstruir o relacionamento dos municípios visando melhorias para a bacia hidrográfica.
– Para este ano existem R$ 6 milhões que podem ser capitaneados para atender as necessidades da Lagoa de Imboassica e consequentemente beneficiaria Macaé e Rio das Ostras ao mesmo tempo, já que a lagoa é um corpo hídrico importante para o sistema ambiental da região. Ao mesmo tempo iríamos verificar as condições do Rio Imboassica que está poluído e precisa receber um tratamento, salientou o secretário Ivan Noé.
Rodolfo Coimbra, coordenador de Recursos Hídricos de Macaé, como membro representante da secretaria esteve em reunião no Comitê e também em grupo de estudo denominado de Oficina de Planejamento Participativo, cujo objetivo foi registrar e organizar de forma concensuada, as diferentes visões e anseios dos diversos atores atuantes na bacia para o planejamento estratégico da região. Um relatório está sendo elaborado pela empresa contratada para criar o plano de bacias com todos os aspectos abordados na oficina.
- A oficina foi muito produtiva, uma vez que diversas instituições de cunho ambiental relacionados com a bacia estavam presentes, incluindo instituições privadas e públicas (Macaé, Rio das Ostras, Carapebus, Casimiro de Abreu, Nova Friburgo, Trajano de Morais e Conceição de Macabu), instituições de pesquisa como UFRJ, IFF, sociedade civil (ONGS), entre outros convidados. E teremos boas conclusões, destacou Rodolfo Coimbra.
