Macaé lembra Dia Nacional da Doação de Órgãos

26/09/2013 21:32:00 - Jornalista: Tatiana Gama e Genimarta Oliveira

Nesta sexta-feira (27) é comemorado o Dia Nacional da Doação de Órgãos, área em que o Brasil é considerado referência. Em Macaé, o Hospital Público Municipal (HPM), desde a criação, em 2006, da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), realizou sete captações com sucesso. De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 40 mil pessoas aguardam um órgão. O tema da campanha nacional deste ano é "Não deixe a vida se apagar. Seja doador de órgãos”.

A Comissão atua no processo de captação de órgãos e junto à família do potencial doador. Para incentivar a doação, a equipe desenvolve permanentemente um trabalho de conscientização sobre o assunto com toda sociedade.

Para a direção do hospital, uma captação conquistada mostra a sensibilização da família para a importância da doação e, ainda, o trabalho integrado da equipe do HPM.

- O principal fator que facilita o processo de captação de órgãos é o familiar saber do interesse do paciente em ser um doador de órgãos e o esclarecimento sobre todo processo – disse o presidente da Fundação Municipal Hospitalar de Macaé, Newton José, acrescentando que a partir do momento em que a pessoa compreende o funcionamento do processo e esclarece as dúvidas, fica mais segura em tomar sua decisão.

A dona de casa, Marilza Viana da Silva, 66 anos, conta sua história de vida pós-transplante reforçando a importância da doação de órgãos e do incentivo à ação. “Sou muito grata à família do meu doador. É muito bom acordar todos os dias e ver o sol, cuidar da minha família. Sou uma pessoa muito feliz”, definiu.

Depois de um ano e cinco meses de espera, Marilza recebeu um novo fígado há três anos. Antes de receber a ligação definitiva da equipe do Programa Estadual de Transplantes, a dona de casa já havia sido contactada outras duas vezes, inclusive um dos doadores, os órgãos foram captados no HPM, mas o órgão era grande e não foi possível fazer a cirurgia.

Ela ressalta que é difícil decidir por doar os órgãos de um familiar no momento do óbito, mas a opção pela doação dá chance de salvar muitas vidas. “Eu hoje estou com minha família, porque alguém resolveu doar os órgãos de seu ente querido. É importante que as pessoas se conscientizem sobre a importância da doação e as que forem favoráveis informem à família sobre seu desejo”, disse. A cirurgia de transplante da Marilza foi realizada no Hospital Geral de Bonsucesso, no Rio de Janeiro.

A CIHDOTT

O papel da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante é identificar o potencial doador (pessoa com parâmetro de morte encefálica). Por lei é obrigatório informar a central de transplantes e, a partir de disso, é aberto um protocolo para fechamento do diagnóstico. Além disso, são feitos três exames (2 clínicos e 1 gráfico). Com a morte encefálica confirmada, a equipe entra em contato com a família para ver a possibilidade de doação.

A equipe da Comissão do HPM explica que ao haver negativa, encerra-se o protocolo e, quando a família aceita, é iniciada uma corrida contra o tempo para efetivar a captação, uma vez que serão deslocadas equipes da Central de Transplantes para realizar esta tarefa.

“Para obtermos sucesso, toda equipe multiprofissional deverá estar envolvida e abraçar a causa. O que mais impacta neste processo, é a falta de informação dos familiares sobre o processo de doação e não saber o desejo do seu familiar em ser doador. Uma equipe de CIHDOTT vai além da sua performance técnica profissional. É um ato de amor de quem doa, de quem capta, para fazer viver quem recebe”, finalizam.

Transplantes aumentam no país

Dados do Ministério da saúde apontam que, atualmente, 95% das cirurgias no país são realizadas pelo SUS. Ao todo foram realizados 11.569 procedimentos no 1º semestre deste ano. Existem hoje no país, 27 centrais de notificação, captação e distribuição de órgãos, 11 câmaras técnicas nacionais, 748 serviços distribuídos em 467 centros, 1047 equipes de transplantes e 71 organizações de procura de órgãos (CIHDOTT).

De acordo com o Ministério da Saúde, em dez anos os transplantes aumentaram de 7.500 para 15.141 cirurgias. Em 2010, havia 59.728 na fila aguardando no Sistema Brasileiro de Transplantes. Eram pessoas que já estavam prontas para a cirurgia e em avaliação médica. Já em 2013, houve uma redução neste número absoluto e no tempo de espera. Agora são 38.759.

A previsão é que o número de doadores para cada milhão de pessoas seja de 13, 3 em 2013 e a meta é chegar a 15 doadores por milhão em 2014. Por meio da página do Ministério da Saúde no Facebook, 135 mil internautas já declararam a vontade de serem doadores (www.facebook.com/doacaodeorgaos).