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Margareth Dalcomo abre semestre letivo da Medicina UFRJ/Macaé

18/11/2021 16:15:00 - Jornalista: Adriana Bacellar

Pesquisadora da Fiocruz falou sobre o enfrentamento brasileiro da pandemia de Covid-19

Realizada de forma virtual pela plataforma Zoom na tarde desta terça-feira (16), a Conferência de Abertura do semestre 2021.2 da Faculdade de Medicina da UFRJ/Macaé reuniu estudantes, calouros e professores em torno da convidada especial do evento, a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Margareth Dalcomo. A partir do tema "A Humanidade na Medicina", a conferência serviu não só para dar as boas-vindas ao corpo discente como para discutir os rumos do ensino e da prática médica, a partir do enfrentamento brasileiro da pandemia de Covid-19.

Margareth Dalcomo abriu a conferência enumerando uma série de artigos científicos que demonstram "por que a história do homem é pautada pelas epidemias". A cientista da Fiocruz utilizou uma série de obras de arte, poemas, quadros e citações filosóficas que demonstram, em suas palavras, que "a pandemia de Covid-19 instituiu um novo cerimonial de contato humano, permeado pela máscara e seu grande impacto epidemiológico no combate à transmissão do vírus".

E ela faz um alerta: de acordo com a pesquisadora, que lançará o livro "Um Tempo para Não Esquecer", no dia 8 de dezembro, no Rio, o grande celeiro de coronavírus mundial é a Amazônia. "Se continuarmos a tratá-la com desleixo, eu não me surpreenderia se a próxima pandemia nascesse no Brasil", disse.

Fazendo coro à pesquisadora da Fiocruz, o médico sanitarista Emerson Merhy, professor da Medicina UFRJ/Macaé, ressaltou a importância da abordagem da Medicina como ciência humana, e não apenas biológica. "Meu percurso como médico sanitarista demonstrou que, antes de existir uma história natural da doença, o que existe é uma história essencialmente social e cultural. E a nossa história social foi colocada em xeque pela pandemia do coronavírus, pois comprovou que a construção de linhas de cuidado exige uma oferta multidisciplinar", disse o mediador, que ressaltou ainda a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate ao coronavírus no Brasil.

Segundo Emerson Merhy, a pandemia de Covid-19 apresenta grandes desafios à Medicina e a seu ensino, especialmente no que tange à formação de médicos humanistas, e não apenas o que ele definiu como tecnólogos. Para Flaviá Picon, Secretária Adjunta de Ensino Superior, responsável pela Cidade Universitária, o retorno dos alunos às aulas e às unidades de saúde é “indispensável neste momento histórico que a gente vive, para que a gente tenha esses alunos dentro dos postos de atendimento e, consequentemente, o município, através da parceria estabelecida com a UFRJ, possa oferecer um ensino e um atendimento de qualidade”, disse ela.

A abertura do semestre da faculdade de Medicina de Macaé contou ainda com a participação do Diretor do Campus UFRJ/Macaé, professor Ricardo Irnak, e da professora Uliana Pontes. Para os alunos do ciclo clínico, as aulas práticas já retornaram à rede municipal de saúde, a partir do convênio estabelecido entre a universidade e a Prefeitura Municipal de Macaé. As aulas teóricas para os calouros ainda estão sendo dadas de forma remota.