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Mulheres da Paz visitam comunidades de Macaé

23/10/2012 08:28:00 - Jornalista: Carlos Fernandes

Foto: Carlos Fernandes

Capacitação é promovida pelo Programa Mulheres da Paz.

As participantes da capacitação promovida pelo Programa Mulheres da Paz, em parceria com a Fundação Educacional de Macaé (Funemac) e o Centro de Educação Tecnológica e Profissional (Cetep), encerraram a participação em mais um dos eixos da formação. No total, elas estudarão cinco eixos, que têm o objetivo de habilitá-las a fazerem a mediação entre as demandas da comunidade onde irão atuar e as políticas públicas existentes no município.

O conteúdo programático da capacitação, de 40h para cada eixo, abordará temas como “Acesso à Justiça: direitos humanos e mediação de conflitos”, “Conhecendo a Rede”, “Identidade e mediação social”, “Conhecimentos de informática” e “Mediação de conflitos”. Além destes ainda serão abordados os seguintes temas específicos: “Mudanças de paradigmas”, “Os consultores da paz”, “Retrato da violência”, “Mediação de conflitos e resolução de problemas” e “As ecologias e o ‘Saber Cuidar’”.

Em paralelo a capacitação, as “Mulheres da Paz” realizarão ao decorrer de toda formação, que se iniciou em agosto e tem duração de um ano, visitas domiciliares aos moradores das comunidades onde, futuramente irão atuar. Neste período, serão visitadas localidades como Malvinas, Botafogo, Nova Holanda, Barra, Fronteira e Lagomar, entre outras:

- As visitas domiciliares consistem em conhecer o perfil das famílias e identificar possíveis demandas para acompanhamento das Mulheres da Paz que são mediadoras entre essas demandas e as políticas implementadas no município por meio da rede sócio-assistencial. A intenção é acompanhar as famílias, encaminhar as demandas identificadas – disse a responsável pelo Programa Mulheres da Paz em Macaé, Roberta Paes.

Para Marilza Martins, que é uma “mulher da paz” há, aproximadamente, cinco anos, o Programa possibilita mudanças, não só nessas comunidades que serão visitadas, mas também na vida que fazem parte da capacitação: “Acho muito importante o trabalho que estamos realizando, até mesmo por todas as dificuldades das comunidades com relação às políticas públicas ligadas à saúde, educação, lazer, entre outras, que não chegam a estes lugares por serem carentes. E por meio do Programa existe a oportunidade de estarmos reivindicando e trabalhando em prol disso. Existe ainda o lado da melhora da nossa estima, do nosso desenvolvimento social, da nossa cultura. A mudança, de fato, aconteceu na vida das mulheres que integram o Programa”, afirmou.

Patrícia Gregório, que integra o “Mulheres da Paz” há três meses, concorda e se diz satisfeita por ter a oportunidade de atuar junto as comunidades: “Eu sempre acompanhei as “Mulheres da Paz” realizando o trabalho delas. E como agora houve o processo seletivo e eu fui uma das escolhidas, estou gostando muito de participar deste curso de capacitação. Estamos sempre fazendo o melhor para ajudar as pessoas em dificuldade e encaminhá-las”, pontuou.

A primeira comunidade visitada pelas “Mulheres da Paz”, nesta sexta-feira (19), foi o Novo Botafogo. Lá, elas realizaram uma série de entrevistas para colher dados sócio-econômicos dos moradores do local. Foi o caso do pedreiro Valcir Anchieta e da dona de casa Sônia Martins, que tiveram a sua residência visitada e responderam ao questionário: “Acho que este trabalho é maravilhoso, que vem trazer benefícios para nós e fará com que a comunidade possa alcançar outros objetivos”, falou Valcir, para em seguida Sônia complementar: “É uma ajuda, uma chance de também ouvidos”, completou.

A “mulher da paz” Marília Silvino, que faz parte do Programa desde a primeira etapa, em 2009, acredita que esta etapa das visitas é uma mudança importante, tanto para a comunidade, quanto na vida das mulheres que fazem parte do Programa: “Passamos a conhecer os problemas e conflitos das nossas comunidades e, a partir das visitas domiciliares, vamos identificar as necessidades de famílias, para que junto à rede que integra a Prefeitura, estarmos buscando soluções”, afirma.

Programa Mulheres da Paz – O “Programa Municipal Mulheres da Paz” tem como objetivo de levar às comunidades carentes de Macaé medidas sócio-educativas de inclusão social e cidadania. Para isso, as integrantes do Programa atuam como intermediadoras das necessidades dos moradores, na busca de soluções que reflitam na redução da violência nas áreas consideradas de vulnerabilidade social. As líderes das comunidades são capacitadas em temas como ética, direitos humanos e cidadania, para agirem como multiplicadoras dessas ações.

- Até quando serão realizadas? # O Programa tem duração de 1 ano a partir de agosto de 2012, quando foi municipalizado. Acho importante contar a história da municipalização, frisando que foi o único território do Brasil a municipalizar esta iniciativa do Pronasci.

O projeto acontece em Macaé desde 2009, como parte do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), do Governo Federal. Sua implantação em Macaé ocorreu por meio da iniciativa da então vereadora e atual vice-prefeita, Marilena Garcia. E como forma de integração ao processo de pacificação nas comunidades de Macaé (Malvinas, Nova Holanda e Lagomar), o “Mulheres da Paz” foi municipalizado no final de 2011, proporcionando uma maior autonomia nas ações de políticas públicas que visam minimizar os impactos do crescimento acelerado da cidade.