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Obras do esgotamento sanitário avançam em Macaé

01/08/2014 09:38:00 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro

Foto: Bruno Campos

Atualmente, 10% da população do município tem esgoto tratado

Macaé completou, em 29 de julho, 201 anos de sua fundação e, entre os vários motivos para comemorar a data, um se destaca: o sistema de esgotamento sanitário da cidade, que estava completamente inoperante há um ano e meio, já funciona e apresenta resultados concretos. Os estudos feitos pela Empresa Pública Municipal de Saneamento (Esane) mostraram que a cidade, com mais de 200 mil habitantes, conhecida nacional e internacionalmente como a Capital do Petróleo, tinha 0% de esgoto coletado e tratado no início do ano passado. Hoje, já estamos com mais de 10% da população do município com esgoto tratado, e em nível terciário - o mais avançado que se pode ter. É por isso que a Lagoa de Imboassica voltou a ser palco de esportes náuticos e teve o nível de coliformes fecais em suas águas reduzido a ponto de sua praia ser considerada balneável pelo Instituto Estadual de Ambiente (Inea).

As estações existentes - Mutum, Lagomar, Engenho da Praia, Parque Aeroporto e da região serrana, no Sana e em Glicério – estavam em estado precário ou paralisadas no início de 2013. Assim, os corpos hídricos da cidade, como a Lagoa de Imboassica, os rios Macaé, São Pedro e Sana e diversos córregos e canais recebiam esgoto in natura. A meta traçada pela Prefeitura de Macaé é chegar ao final de 2015 com mais de 65% da população atendida com tratamento de esgoto e, até 2016, levar saneamento a todo o município. Para isso foi firmada uma Parceria Público Privada (PPP) com a Odebrecht Ambiental, responsável pelas ações, e a Esane tem o dever de fiscalizar e fazer cumprir as metas contratuais.

População precisa se ligar

Para facilitar o planejamento e a execução das obras, a cidade foi dividida em quatro subsistemas: Mutum, Centro, Aeroporto e Lagomar. O primeiro passo para ampliar o saneamento básico foi colocar em funcionamento a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Mutum, com coleta e tratamento de 20 litros de esgoto por segundo, atendendo 5% da população, com tratamento terciário, cuja eficiência é de 97%. O segundo passo foi a ampliação dessa ETE, que hoje capta e trata 40 litros de esgoto por segundo, mantendo a eficiência no tratamento em 97%.

A ETE do Mutum já está apta a tratar o esgoto dos bairros do Mirante da Lagoa, São Marcos, Morada das Garças, Praia do Pecado, Jardim Guanabara, Vale dos Cristais, orla da Praia Campista e Cavaleiros. A responsabilidade por ligar cada residência ou prédio à rede é dos moradores ou dos gestores de prédios comerciais.

Com a captação e o tratamento do esgoto dos bairros próximos à Lagoa de Imboassica, Macaé deu um grande passo na melhoria da qualidade da água desse importante manancial. A retomada dos esportes náuticos na Lagoa e a redução dos índices de coliformes fecais em suas águas é uma vitória do trabalho da Prefeitura, por meio da Esane e da Secretaria de Meio Ambiente.

A instalação de uma linha de recalque e a adaptação de elevatórias permitiu captar e direcionar o esgoto da orla das praias dos Cavaleiros e Campista para a ETE do Mutum, na região sul da cidade, em vez de aguardar a conclusão da ETE prevista para a região central. Dessa forma, com planejamento, foi possível incluir essa importante parte da cidade num sistema já instalado, com ganhos de escala.

Prefeitura prepara área para construir a ETE Central

A rede que será ligada a ETE Central já está mapeada e cadastrada. As obras começaram com a terraplanagem da área onde a estação será construída, num terreno de 168 mil metros quadrados, próximo à Linha Verde, ao Sambódromo e à pista de Motocross. A ETE ocupará 51 metros quadrados, com cinco módulos (ou tanques), cada um com 54 metros de diâmetro. Será uma estação de grande porte: cada módulo terá capacidade de tratar 100 litros de esgoto por segundo, atendendo a 50 mil pessoas.

A ETE compõe o Subsistema Centro e vai atender parte do São Marcos até a subida da ponte Ivan Mundin, abrangendo o Miramar, Visconde, Sol y Mar, Cajueiros, Imbetiba, Riviera, Cancela Preta, Novo Cavaleiros e outros. O presidente da Esane, Marcos Muffareg, destaca a importância da ETE Central. “Com essa obra, Macaé avança em trazer o saneamento básico a todo o município. O avanço acontece não só na área ambiental, com preservação dos meios hídricos, evitando o lançamento de esgoto in natura nos rios, lagos e canais. Representa um ganho também na saúde, já que, segundo estudos do Ministério da Saúde, cada real empregado no saneamento significa uma economia de quatro reais na área de saúde”.

ETES recuperadas

Em novembro de 2013, a Prefeitura recuperou a ETE de Engenho da Praia, levando o município atingir a marca de 10% de esgoto coletado e tratado pela primeira vez em sua história. Através da Esane, a Prefeitura recuperou outra ETE com problemas, a do Centro de Convenções, que atende também ao Parque de Exposições Latiff Mussi Rocha e funcionou plenamente durante a Expo Macaé 2014 – para o evento, foi construída uma rede de captação dentro do parque que funcionou perfeitamente. Ou seja, todo o resíduo produzido pelas milhares de pessoas que passaram pelo Parque de Exposições ou que trabalharam lá foi devidamente coletado e tratado.

Outras Estações

A Prefeitura está trabalhando para colocar em funcionamento a ETE do Lagomar, do Subsistema Lagomar, que foi construída em 2009 e, assim como as outras, estava inoperante. Essa ETE vai tratar 40 litros por segundo. A entrada em operação da estação do Lagomar está prevista para o segundo semestre deste ano. Já a ETE do Aeroporto será construída para captar e tratar 100 litros por segundo, com previsão de obras para janeiro de 2015. Juntas, todas as ETEs mencionadas irão atingir o tratamento de esgoto para 65% da população até o final de 2015.

Tratamento de esgoto também na região serrana

Na região serrana, a Esane recuperou as ETEs de Glicério e do Sana, possibilitando tratamento mais adequado aos efluentes. A boa notícia é que esses dois distritos vão ganhar novas estações de tratamento de esgoto, cujas obras estão adiantadas. Com isso, Macaé avança ainda mais no esgotamento sanitário e na recuperação dos meios hídricos do município.


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