logo

Pesquisadores do Atalaia participam de congresso de aracnologia na Colômbia

25/11/2011 14:40:51 - Jornalista: Vivian Dias

Estudantes da UFRJ, campus Macaé, vão apresentar resultados de pesquisas com espécies endêmicas de aracnídeos do Parque Atalaia, no Congresso Latino Americano de Aracnologia, na Colômbia. Entre as espécies apresentadas estão aranhas, escorpiões e opiliões (parentes das aranhas, que não possuem veneno). O encontro, que acontece entre os dias 04 e 10 de dezembro, é o segundo, em todo o mundo, mais importante sobre o assunto.

Ao todo, serão apresentados oito trabalhos da região de Macaé, a maioria de identificação de espécies novas da região. Estudantes e estagiárias da Secretaria de Meio Ambiente, Michele Costa e Alessandra Alvarenga estão entre os pesquisadores que representam a região no evento. Michele explica que a pesquisa de levantamento de aracnofauna do Parque Atalaia começou em 2009 e que, ao todo, já foram encontradas oito novas espécies de aracnídeos no parque e 41 na Restinga de Jurubatiba.

– Somos o primeiro grupo a estudar os aracnídeos na região de Macaé. Coletamos em apenas quatro pontos do Atalaia e já descobrimos uma diversidade muito grande de novas espécies, algumas delas só encontradas aqui no parque até agora – destaca a pesquisadora, que irá expor seu projeto inédito de análise da cutícula do opilião, usada como padrão taxonômico para comparação com outras espécies.

Já a pesquisadora Alessandra Alvarenga vai apresentar trabalho sobre uma espécie de aranha local conhecida como Carapóia, representativa da diversidade do parque natural Atalaia.

– A presença de uma nova espécie no Parque Atalaia reforça a importância das pequenas áreas locais de preservação, sobre tudo das áreas que contêm remanescentes florestais de Mata Atlântica, praticamente extintos no bioma e pobremente representados nas grandes áreas de preservação estaduais e federais – esclarece a pesquisadora.

Coordenador do projeto, o professor Abel Pérez Gonzáles, concorda que pequenas áreas de conservação muitas vezes contêm uma diversidade de espécies que nem sempre são encontradas em reservas maiores.

– O principal mérito deste trabalho é a valorização das reservas municipais, principalmente as do Norte Fluminense, ainda muito deficientes na área de pesquisa. O Atalaia é um fragmento de Mata Atlântica e, por isso, possui uma diversidade de espécies que não são encontradas em outras regiões – destaca o professor.

Além dos trabalhos sobre aracnídeos do Atalaia, será apresentado ainda um projeto de ecologia sobre a fauna da restinga de Jurubatiba. Os projetos recebem apoio da Secretaria de Meio Ambiente, que oferece transporte e estrutura física necessários às pesquisas.