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0s pinguins são oriundos de correntes marítimas das Malvinas que se perderam de suas rotas de migração
Os cinco pinguins recebidos pelo setor de Fauna da Secretaria de Meio Ambiente (Semma) já estão sendo reabilitados. Assim que estiverem saudáveis, a equipe pretende soltá-los longe da costa para que os animais possam encontrar correntes marítimas que os levem a seu local de origem, a Patagônia.
Segundo biólogos da Semma, provavelmente os debilitados pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) recolhidos nas diversas praias de Macaé (Lagomar, Bar do Coco e Praia Campista) são oriundos das correntes marítimas das Malvinas, que se perderam do grupo nas suas rotas de migração, em função das constantes mudanças no clima, que geram fortes tempestades e alterações nas correntes oceânicas. Por isso, devem retornar para essa região do extremo sul do continente americano, conhecida como Região de Magalhães, que abarca a parte sul do Chile e da Argentina.
A informação é que uma vez entregues na secretaria para reabilitação e tratamento estes animais não podem ser mantidos no município, pois são muito jovens e pouco experientes.
Recomendações – O técnico Rodolfo Coimbra recomendou que ao se deparar com um pinguim a pessoa tenha muito cuidado, uma vez que a ave é arredia e não se deixa pegar principalmente tentando bicar os olhos do predador. Portanto, se o pinguim se deixou pegar é porque ele está muito debilitado e precisa de cuidados.
- O primeiro procedimento é comunicar a Secretaria de Meio Ambiente, que está sempre de plantão para receber estes animais. Muitas vezes, por falta de informação, a população erroneamente direciona estes animais para o gelo ou ar condicionado. Estes animais devem ser aquecidos uma vez que, por sua natureza, são quentes (cerca de 40º Celsius). No caso dos quatro pinguins, o que se constata é que a rota de migração foi muita longa e toda reserva energética foi consumida, além disso, eles perderam muitas penas e gordura. Por isso, não têm nenhum tipo de mecanismo para se defender do frio – explicou.
De acordo com ele, somente no mês de julho o setor de Fauna atendeu cerca de 15 animais silvestres. Entre eles estão um pássaro azulão, além de um filhote de gavião caracoleiro, um andorinhão e uma coruja que se encontram em tratamento na Clínica SOS Veterinária.
O secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz, que tem acompanhado o processo de reabilitação da fauna, informou que o município tem interesse em cuidar dos animais marinhos e silvestres que são entregues na Semma. Ele sempre tem alertado para a conservação da natureza e preservação da fauna. “Temos que proteger e conservar a natureza para não causar desequilíbrio ecológico e consequente extinção da nossa fauna, garantindo a preservação da espécie”, disse.
Quanto aos pinguins, Vaz disse que assim que estiverem reabilitados serão levados de barco até um ponto de corrente marinha para que possam encontrar sua rota de migração. Ele aconselhou às pessoas que quando encontrarem um animal e, principalmente, se ele estiver na lista de espécies em extinção, encaminhe-o à Secretaria de Meio Ambiente, situada na Rua da Igualdade, 537 ou ligue para o número (22) 2762-4802, informando o setor de Fauna.