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Praia Acessível e Surf Adaptado apresentados no Macaé Eco Surf

25/07/2011 14:03:42 - Jornalista: Marcos Neves Jr. - estagiário

Durante a etapa macaense do Macaé Eco Surf, etapa do circuito nacional de surfe profissional, realizada nesse fim de semana, um evento paralelo, também na Praia do Pecado, chamou a atenção. O público presente teve a oportunidade de conhecer o trabalho da Adaptsurf, uma ONG que proporciona acessibilidade em praias do Rio de Janeiro e inclusão de pessoas com deficiências físicas por meio do esporte. No próximo verão, o município de Macaé pode já contar com alguns dos projetos da entidade.

A Adaptsurf é uma organização sem fins lucrativos e formada por uma equipe multidisciplinar que conta com professores de educação física, fisioterapeutas e outros profissionais voluntários. Entre os projetos desenvolvidos pela ONG estão o Praia Acessível, o Surf Adaptado e o de Preservação do Ecossistema Costeiro, promovendo a igualdade de acesso à cultura, ao esporte e ao lazer por meio do esporte e do contato com a natureza para aqueles que têm deficiência ou mobilidade reduzida.

Dois desses projetos, Praia Acessível e Surf Adaptado, foram apresentados durante a competição de surfe profissional. O Primeiro consiste na instalação de uma esteira de material que é resistente, retém pouco calor e possibilita o deslocamento até a beira da praia, onde o banhista utiliza uma cadeira anfíbia, própria para a diversão no mar. Já o segundo projeto é a utilização do surfe como instrumento e a praia como ambiente de reintegração social de deficientes físicos.

Segundo Luana Nobre, coordenadora de projetos da Adaptasurf, os aspectos sobre os quais se deve analisar tais atividades são diversos. “No campo social é de grande importância porque a praia é um lugar onde se tem contato com diversos tipos de pessoas, não só com os deficientes, como no caso do basquete para cadeirantes, por exemplo. No aspecto psicológico, a praia contribui para a aceitação própria, pelo fato de ser um ambiente de exposição do corpo. Além de tudo é uma atividade física, o que sempre faz bem”.

O subsecretário de acessibilidade do município, Hildemar Miranda, fez questão de utilizar a esteira que cobre uma faixa da areia e torna o trajeto entre o calçadão e a beira do mar de fácil acesso, podendo ser feito por qualquer tipo de cadeira de rodas. A experiência agradou Hildemar, que aproveitou o encontro com os membros da ONG para agendar uma reunião na qual se pretende fechar uma parceria entre o município e a entidade, visando à instalação dos projetos para próximo verão.

- Macaé já é um dos municípios do país que mais oferece acesso às pessoas com deficiência, no entanto isso precisa acontecer nas praias também. Então o que se deseja é juntar a experiência do pessoal da Adaptasurf com a vontade da prefeitura de tornar as praias da cidade acessíveis a todos. É preciso ampliar o leque de possibilidades das pessoas, oferecendo projetos como esses à população macaense – explica Hildemar.

A iniciativa foi elogiada por Pedro Falcão, organizador do Macaé Eco Surf 2011. Ao falar da parceria dele com a Adaptsurf, existente desde 2007, Pedro ressaltou que a criação de condições para tornar a praia um espaço de todos é de extrema importância e mostrou-se feliz com o tratamento que o município deu à questão. “A prefeitura, por meio da subsecretaria de acessibilidade, abraçou a causa e até nos surpreendeu com uma receptividade maior do que a esperada”, comentou.