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Prefeitura de Macaé esclarece fake news sobre projeto "Restinga Boa é Restinga Nativa" e reforça transparência

01/09/2025 20:11:00 - Jornalista: Equipe Secom

Foto: Arquivo Secom

A Secretaria Municipal de Ambiente, Sustentabilidade e Clima (SEMAS) da Prefeitura de Macaé vem a público esclarecer informações distorcidas que circulam sobre o Projeto "Restinga Boa é Restinga Nativa", desmentindo a fake news de que haverá a remoção indiscriminada de "noventa casuarinas" plantadas na calçada da orla.

É fundamental que a população macaense compreenda: o Projeto "Restinga Boa é Restinga Nativa", em sua fase atual, não tem como foco a remoção de 90 casuarinas plantadas ao longo da orla, na área da calçada.

O Secretário Municipal de Ambiente, Sustentabilidade e Clima, Phelipe Smith Salgado, afirma:


"Entendemos o carinho e a importância que a comunidade atribui às árvores da orla. Por isso, é crucial desmentir essa desinformação. Nosso projeto é de restauração ambiental e se baseia em critérios técnicos rigorosos, focando na saúde do nosso ecossistema de restinga, e não na remoção indiscriminada de árvores sadias e históricas da calçada."

O Real Foco da Remoção: Saúde Ambiental e Segurança com Dados Precisos
O Projeto de Restauração Florestal (PRF), documento técnico que embasa o "Restinga Boa é Restinga Nativa", detalha que a remoção de árvores se dará em categorias muito específicas, visando a recuperação do bioma restinga e a segurança da população. As justificativas para cada remoção são claras e baseadas em levantamento técnico:
1) Árvores Secas: Serão removidas 25 árvores que já cumpriram seu ciclo, estão mortas e representam risco de queda ou incêndio. Além disso, um grupo de amendoeiras secas também será manejado.
2) Árvores Doentes ou com Problemas Estruturais: Serão retiradas 8 árvores que apresentam doenças, pragas ou problemas estruturais como tortuosidade, quebras ou lesões na base do tronco. Essas plantas comprometidas não contribuem para a vitalidade do ambiente e podem até ser foco de proliferação de problemas para outras espécies.
3) Árvores Invasoras dentro da Área de Restinga: Este é o ponto central da restauração ecológica. Serão manejadas 11 árvores e ilhas que invadiram o ecossistema de restinga nativa, estabelecendo-se dentro da área de restinga ou na faixa de areia. Essas espécies exóticas, como algumas casuarinas, amendoeiras, yucas e gaiolinhas, competem agressivamente com a flora nativa, comprometendo a biodiversidade e a capacidade de proteção natural da restinga.

4) Nesse contexto, as ações de manejo de árvores invasoras na Restinga da Praia do Pecado, como as detalhadas acima, são vitais devido à sua proximidade com a área da Lagoa, classificada como Área de Preservação Permanente (APP) e atualmente em litígio judicial. Essa APP, por estar sem manejo adequado em razão da disputa judicial, sofre uma invasão biológica severa, que não apenas compromete sua integridade, mas também ameaça diretamente a Restinga da Praia do Pecado.

É importante destacar que a Restinga da Praia do Pecado enfrenta um duplo ataque biológico:

a) Internamente, pela presença de espécies invasoras já estabelecidas dentro da própria restinga, que competem com a flora nativa e comprometem sua biodiversidade.

b) Externamente, pela chegada constante de sementes e propágulos trazidos da APP deteriorada, que funciona como um foco ativo de disseminação de espécies invasoras para a restinga.

Se não houver manejo urgente e eficaz, essas invasões biológicas, tanto internas quanto externas, podem se alastrar de forma irreversível, destruindo o que já está comprometido e inviabilizando a recuperação do ecossistema. Assim, o manejo da Restinga da Praia do Pecado configura-se como uma estratégia essencial e integrada de combate às invasões biológicas, protegendo não apenas a restinga, mas também contribuindo para a contenção do processo degradativo na APP.

É fundamental destacar que, diferentemente das intervenções humanas, as invasões biológicas muitas vezes não são percebidas em sua gravidade, pois ocorrem de forma gradual e silenciosa ao longo de décadas, como é o caso concreto que enfrentamos.

Transparência e Informações
Para garantir a máxima transparência e permitir que a população acesse as informações de forma clara e direta, a SEMAS disponibiliza o Projeto de Restauração Florestal (PRF) para consulta. Além de estar disponível na Secretaria, o documento pode ser acessado online, no Instagram oficial da SEMAS, através do link: https://www.instagram.com/p/DN6H-qijoG5/

O Futuro: Plantio e Restauração da Vida Nativa
Longe de ser um projeto de "corte", o "Restinga Boa é Restinga Nativa" é, acima de tudo, um projeto de vida e recuperação. Após as remoções necessárias, a SEMAS iniciará um ambicioso plano de plantio:

Total de 80.100 mudas de espécies nativas da restinga:

78.000 mudas psamófilas reptantes (fixação do solo)

2.100 mudas arbustivas e outras nativas (guriris, bromélias, pitangas)

Área de plantio: 19.300 m² (1,93 hectares)

"Nosso compromisso é com a proteção e a recuperação do nosso valioso ecossistema de restinga. Estamos agindo para remover o que é prejudicial ou já está morto, e, mais importante, estamos plantando e cultivando a vida nativa da restinga para que ela floresça novamente, protegendo nossa costa e enriquecendo nossa biodiversidade para as futuras gerações", conclui Phelipe Smith Salgado.

A SEMAS convida toda a população a participar da Audiência Pública de apresentação da segunda fase do projeto, que ocorrerá nesta terça-feira (2), das 10h às 14h, no Auditório Cláudio Ulpiano, Cidade Universitária, para esclarecer dúvidas e contribuir com este importante trabalho.

Para informações adicionais sobre o projeto, o contato com a Coordenadoria de Arborização da SEMAS pode ser feito pelo e-mail: sema@macae.rj.gov.br.