Na manhã desta terça-feira (25), uma comitiva composta pelo secretário de Ambiente de Macaé, Maxwell Vaz; o secretário de Limpeza Pública, Eduardo Jardim; o gerente de Navegação Aérea da Infraero, Alexandre Bastos de Oliveira; e representantes técnicos da Petrobras esteve em vários pontos da cidade, a fim de avaliar os locais que possuem maior foco de urubus, com o objetivo de traçar ações para melhorar a qualidade do espaço aéreo do município.
De acordo com Alexandre, constantemente os pilotos precisam desviar suas rotas de aproximação por causa das aves. “O ideal é que nenhuma ave sobrevoe as redondezas do aeroporto, pois um choque entre uma ave e um helicóptero, pode causar a queda da aeronave”, explicou o gerente de vôo da Infraero.
O principal problema detectado pela comitiva é o descarte de resíduos de peixe no mar, atrás do mercado de peixe. O subsecretário de Pesca, José Carlos da Silva, explicou que alguns pescadores não colocam a carcaça de peixe e outros resíduos orgânicos no local adequado. “Nós temos um espaço para colocar todo o resto do peixe, mas infelizmente nem todos os pescadores têm consciência da importância de depositar no local adequado e acabam jogando tudo atrás do mercado, no mar, atraindo os urubus e também outras aves”, contou.
A comitiva visitou dois frigoríficos de peixe, a fim de saber o destino dos resíduos dos animais e ambos disseram que levam até o mercado de peixe, onde pagam uma embarcação para despejar os resíduos no mar. Com a visita dos secretários, ficou acertado que eles não irão mais pagar o barco para levar os resíduos, mas que irão ensacar e entregar para caminhão de lixo, que levará tudo para o aterro sanitário.
“Essa idéia de tirar os resíduos do mar é ótima. Toda a população vai ganhar com essa ação”, afirmou o dono de um frigorífico, Eulélio Júnior.
Ao detectar o problema os secretários presentes elaboraram um plano para tentar reverter a ação. “Esse é um dos grandes problemas do município e da mesma forma que a população coloca o lixo no saco para a coleta de lixo, os pescadores devem colocar os resíduos que eles geram também no saco para estes serem coletados e não jogar no mar ou no rio, pois todas essas carcaças de peixe e os demais lixos estão voltando para a praia, atraindo os urubus. As aves vão para onde tem alimento”, destacou Maxwell Vaz.
Eduardo Jardim determinou uma limpeza e garantiu a coleta de lixo dentro do mercado de peixe. “Uma equipe irá limpar a beira do mercado, aproveitar que a maré está baixa e retirar o máximo de sujeira que está depositada no mar, onde estão os urubus. Além disso, a partir de hoje o caminhão de lixo vai entrar no mercado e buscar todos os resíduos de peixes ensacados, que deverão ser depositados no lugar já combinado com o subsecretário de Pesca. Não há condições de uma pessoa ficar limpando peixe de um lado com urubu do outro”, salientou.
Após o plano de trabalho traçado, ficou decidido que uma reunião será realizada em aproximadamente 15 dias, a fim de verificar a eficácia das atividades.
No final, Maxwell enfatizou que a raiz do problema está na educação ambiental e acredita que todos possam contribuir. “Acho que a Petrobras, nas condicionantes ambientais, pode ajudar em campanhas de educação ambiental, fazendo vídeos e colocando na mídia, distribuir cartilhas, entre outras ações. Só assim vamos conseguir reverter esse quadro”, salientou.