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Prevenção reduz em mais de 70% entupimentos nas redes de esgoto em Macaé

18/12/2013 15:55:00 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro

Foto: João Barreto

A desobstrução das tubulações evitou que o esgoto extravasasse ou retornasse para os imóveis

Os moradores das algumas ruas do Parque Aeroporto e Centro da cidade enfrentavam um incômodo problema: os frequentes entupimentos nas redes de esgoto. Essas ruas apareceram na relação das áreas críticas com extravasamento de rede no levantamento feito pela Prefeitura no início do ano, quando a empresa Foz assumiu os serviços de coleta e tratamento de esgoto, através da Parceria Público-Privada (PPP) com o município e a Empresa Pública Municipal de Saneamento, a Esane.

Este foi o primeiro passo para o desenvolvimento de uma força-tarefa para reduzir esses índices, que chegaram a mais de 700 chamados por mês. A Foz, em parceria com a Esane e Prefeitura, iniciou em maio um Programa de Rotas Preventivas, estabelecendo uma rotina de inspeção para localizar e desobstruir as tubulações, evitando que o esgoto extravase ou retorne para os imóveis. Em quatro meses, o Serviço de Atendimento ao Público da empresa registrou uma queda de 73% nos pedidos de desobstrução de rede pública.

De acordo com o coordenador de operação e manutenção da Foz, Augusto Stolai, a principal causa de entupimento é o despejo irregular de lixo na rede de esgoto, como garrafa pet, pedaços de tecido, preservativos, absorventes, pedaços de madeira, animal morto, óleo de cozinha, entre outros. “Nós retiramos grande quantidade desses objetos que deveriam ter sido jogados no lixo e foram parar na rede de esgoto, impedindo a passagem do efluente que vasa na rua, gerando mau cheiro e focos de contaminação. Além disto, danifica o sistema, diminuindo a vida útil dos equipamentos e provoca defeitos nas bombas das estações elevatórias”, diz Stolai.

Fiscalizando as ações da PPP no município, em relação ao esgotamento sanitário, a Esane destaca a importância das medidas preventivas para evitar a obstrução das redes de esgoto, mas ressalta a importância da conscientização e colaboração das pessoas em jogar o lixo na lixeira, e não em ralos e pias, e instalar a caixa de gordura, fundamental para a eficiência do sistema, que está ligado diretamente à saúde e bem-estar da população.

Uma equipe de 24 operadores está envolvida no Programa de Rotas Preventivas, utilizando seis caminhões hidrojatos e um a vácuo. Alguns caminhões menores foram adquiridos para atendimento em ruas mais estreitas como nos bairros Malvinas e Nova Holanda, que já contam com rotas preventivas. No total, as equipes percorrem 52 rotas realizando este trabalho que reduz o volume de esgoto nas redes consideradas críticas.

Com comércio na Rua 62, no Parque Aeroporto, Maria Lúcia Silveira considerou importante as ações preventivas realizadas nas redes de esgoto, mas ressalta que ainda há muito a fazer para que o município e o Parque Aeroporto estejam livres dos alagamentos. “Aqui, nas fortes chuvas do início do mês, notei que, apesar da rua estar alagada, o escoamento foi rápido e, principalmente no trecho do meu comércio, não vi o esgoto voltando para as casas. Acho que isso aconteceu por causa da limpeza efetuada nas redes e ralos”, disse a comerciante.

O Parque Aeroporto e Centro, onde hoje as ações preventivas são mais intensas para evitar extravasamento da rede de esgoto, serão beneficiados com a implantação do sistema de esgotamento sanitário. No próximo ano começam a ser construídas as redes e as Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) nesses bairros. A previsão é de que o primeiro módulo da ETE Centro, com capacidade para 100 l/s, entre em operação em 2014, atendendo a 36 mil pessoas. O sistema completo no Centro estará concluído em 2015, quando a capacidade de tratamento aumentará para 300 l/s.