A Prefeitura de Macaé, através do programa Cidadania e Dignidade, executado pela secretaria de Desenvolvimento Social encaminhou nesta sexta-feira (9), um casal de migrantes do norte do país, que se encontrava em situação de risco, para a Pousada da Cidadania.
De acordo com o coordenador de políticas públicas para população adulta em situação de rua, que conduz o programa Cidadania e Dignidade, Edivaldo Santos, o casal foi encontrado no prédio onde funcionava o “0800 de odontologia” (próximo ao edifício de 10 andares), que atualmente se encontra abandonado e que segundo relato da vizinhança pertence ao governo federal.
- Após a triagem e uma semana de abordagem social conseguimos convencê-los a ir para Pousada da Cidadania localizada no Barreto, a fim de que eles pudessem fazer sua higiene pessoal. Lá eles foram acolhidos, recebendo vestuário e alimentação adequada - disse.
Santos contou que no relato de vida do casal consta que a profissão dele é chefe de cozinha e a dela é auxiliar de serviços gerais. “Segundo o próprio já estava trabalhando em uma empresa de gastronomia em Macaé, mas por ter seus documentos roubados foi dispensado do serviço. Ele fez contato com a família e seu pai ficou de enviar sua certidão de casamento, para que o mesmo pudesse retirar os outros documentos que lhe faltam e dar prosseguimento à sua vida normal”.
Fatores que levam às ruas – O coordenador do programa enumerou alguns fatores que comumente levam as pessoas para as ruas e citou causas estruturais como ausência de moradia, inexistência de trabalho e renda, mudanças econômicas e institucionais de forte impacto social, desastres de massa ou naturais como enchentes e incêndios. Além disso, os fatores biológicos também foram catalogados, tais como alcoolismo, uso de drogas, rompimentos familiares, doenças mentais e perda de todos os bens, entre outros.
Resgatando identidades – Com relação à realidade das pessoas que vivem nas ruas e que, segundo a ONU, são mais de cem milhões em todo o mundo, a secretária de Desenvolvimento Social, Nilmara Valadares, disse que cabe aos poderes públicos o resgate de sua dignidade.
- Temos que garantir a estes menos favorecidos o respeito e a dignidade do ser humano como sujeito de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais e também a valorização da diferença entre pessoas, qualquer que seja a origem, raça, idade, condição social, nacionalidade, gênero, orientação sexual, origem étnica ou social, atuação profissional, religião e situação migratória. É possível, a partir de uma perspectiva sócio educativa, possibilitar à população em situação de rua o resgate de sua identidade pessoal e social, com ações que garantam seus direitos básicos, restabelecimento de vínculos familiares, espaço de convivência grupal e alternativa de geração de renda, visando sua autonomia e emancipação – assegurou.
Desde que foi criado, o programa social Cidadania e Dignidade da Prefeitura de Macaé tem abordado de forma sistematizada e permanente as pessoas que estão nas ruas no município. Tendo como referencia o morador adulto, também tem encaminhado aqueles que desejam retorno ao seu lugar de origem e possuem referência familiar e ou comunitária, através da campanha “De volta pra casa”. Outra campanha desenvolvida com o propósito de conscientizar os cidadãos a não dar esmola é o “Não dê esmola”.