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Projeto ‘Professor Investigador’ trata temática da migração em Macaé

21/06/2011 15:51:06 - Jornalista: Alexandre Bordallo

Foto: Kaná Manhães

Palestra vai mostrar as nuances do crescimento populacional de Macaé após a descoberta do petróleo

Na terça-feira (28), o Solar dos Mellos vai receber profissionais de ensino da rede de educação macaense para uma nova edição do projeto ‘Professor Investigador’. Para levar a esses professores conhecimentos sobre as migrações ocorridas na cidade a partir do final da década de 1970, quem vai ministrar palestra será o doutor em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Faber Paganoto Araújo. O evento está programado para ocorrer entre 14h e 17h, no Solar dos Mellos, na Rua Conde de Araruama, 248.Na terça-feira (28), o Solar dos Mellos vai receber profissionais de ensino da r

- Nosso objetivo é proporcionar aos professores, que são agentes importantes à sociedade, conhecimentos provenientes da academia, que produzam debates, pesquisas e ensinamentos a respeito de Macaé, em todos os seus aspectos: culturais, econômicos, históricos, sociais e demográficos – explica a coordenadora do projeto, a historiadora Gisele Muniz.

São 30 lugares para serem preenchidos por educadores no espaço disponibilizado pela Vice-Presidência de Acervo e Patrimônio Histórico da Fundação Macaé de Cultura, no Auditório Washington Luiz, porta de entrada do Solar dos Mellos. O profissional de ensino interessado deve telefonar para o Solar dos Mellos (2759-5049) e certificar sua participação no evento.

De acordo com o doutor em Geografia, Faber Paganoto Araújo, sua palestra se referirá à transformação de Macaé de uma vila de pescadores com economia de baixo dinamismo e reduzido alcance espacial num pólo de operações de atividades petrolíferas ímpar no país Para ele, isso trouxe efeitos avassaladores sobre a organização do espaço macaense e de seu entorno. Ele conta que os reflexos sobre o mercado de trabalho regional e sobre as migrações foram, talvez, os mais significativos.

- Pensar as particularidades do caso macaense é fundamental para entender as novas dinâmicas demográficas no espaço urbano brasileiro e para responder a um inquietante questionamento: qual a herança que o petróleo deixa para Macaé? - indaga ele.

No “Professor Investigador” dessa terça-feira (28), haverá a proposta de enfatizar que as dinâmicas contemporâneas da economia local levaram à produção de um espaço profundamente desigual, reflexo, entre outros fatores, da atração de migrantes de dois perfis básicos: os qualificados para a atividade petrolífera, bem remunerados e com alto poder de consumo e os pouco ou não qualificados, atraídos pela imagem de “eldorado de empregos” reforçada pela mídia. Esses são subempregados e mal remunerados, alimentadores da periferização e da favelização na cidade.

- Pretendo levantar, também, outra questão curiosa a respeito da dinâmica migratória macaense que é a contradição existente entre a percepção geral de que os migrantes continuariam a chegar em profusão e os dados estatísticos que apontam para um arrefecimento da atração migratória em Macaé. Por que parece que os migrantes não param de chegar se os números mostram que eles chegam cada vez em menor quantidade? - polemiza o doutor Faber Paganoto Araújo.