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Representantes das religiões afro iniciam campanha de conscientização ambiental

31/01/2012 09:56:12 - Jornalista: Simone Noronha

O culto às representações da natureza é um dos pilares das religiões de origem africana, como a umbanda e o candomblé, que veem a natureza como um espaço sagrado, que deve ser respeitado e bem cuidado. Com este enfoque, um grupo de praticantes e simpatizantes das religiões afro de Macaé está iniciando um trabalho de conscientização ambiental, que busca também a chamar a atenção contra a intolerância religiosa. A campanha conta com o apoio da Prefeitura, através das secretarias de Ambiente e de Comunicação Social.

A prefeitura de Macaé está colaborando com a distribuição de panfletos informativos e com palestras, dadas por técnicos da Secretaria de Ambiente. A intenção é fazer com que os praticantes passem a adotar práticas ecológicas em suas oferendas, movimento que já está sendo feito em diversas cidades do país.

Nesta quinta-feira, dois de fevereiro, dia de Yemanjá, praticantes do candomblé promovem a festa para a rainha do mar com oferendas ecologicamente corretas. A concentração acontece a partir das 15h na Lyra dos Conspiradores, com o cortejo saindo às 18h para o Mercado de Peixes. Antes dos rituais religiosos, o secretário de Ambiente, Maxwell Vaz, dará uma pequena palestra sobre a importância de não se descartar materiais não recicláveis na natureza.

- São muitas as alternativas para substituir materiais que podem prejudicar o meio ambiente nos rituais em locais como praias, matas e cachoeiras. Usar folhas de mamona ou de bananeira no lugar de pratos de louça, substituir copos e garrafas de plástico ou de vidro por cuias de coco ou bambu sçao alguma delas. Também alertamos para o perigo de incêndio causado por velas acesas sob as árvores e explicar sobre as áreas de proteção ambiental em que se pode ou não realizar rituais, explica Sandra Brandão, uma das idealizadoras da campanha, lembrando que esta também é uma forma de ajudar a reduzir o preconceito e a intolerância contra as religiões afro.

De acordo com o coordenador do Centro de Estudos Africanos de Macaé, Marcos Ferreira, existem hoje no município cerca de 100 terreiros e centros de umbanda e candomblé. Os membros do Centro de Estudos se reúnem uma vez por semana na sede da Lyra dos Conspiradores.