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Saúde apresenta projetos em Congresso Mundial de Saúde Pública

21/08/2006 15:20:21 - Jornalista: Genimarta Oliveira

As ações inovadoras desenvolvidas pela secretaria de Saúde de Macaé, através da coordenação de Saúde Coletiva, despontaram no cenário nacional. Todo esse trabalho será apresentado a partir de segunda-feira (21), no 8º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva e no 11º Congresso Mundial de Saúde Pública, no Rio de Janeiro.

A coordenadora de Saúde Coletiva, Laila Nunes, diz que serão apresentados quatro trabalhos científicos, rigorosamente analisados e aprovados por uma comissão científica do congresso. Ela ressalta que é preocupação do governo municipal e do secretário de saúde, Fernando Diogo, a melhoria constante na qualidade do atendimento ao usuário. “Através de trabalhos científicos buscamos um diagnóstico situacional da saúde o mais próximo possível da realidade e, conseqüentemente, soluções viáveis para a melhoria dos serviços”, falou.

Entre os trabalhos que serão apresentados está “O uso do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) como fonte complementar de notificação de AIDS no município de Macaé – 2001 a 2005”, que fala do uso articulado de diversos sistemas de informação como forma eficiente de melhorar a qualidade dos dados.

Para o estudo foram utilizados o relacionamento do banco de dados do SIM e do SINAN (Sistema de Informação de Notificação de Agravos) do município de Macaé, já analisados e desprovidos de erros de inclusão no sistema. Com este trabalho, aumentaram em 19,3% as notificações de casos de AIDS deste período, com uma contribuição anual que variou de 3,92% em 2001 a 40% em 2003. Com uma metodologia simples e acessível a todos foi possível melhorar a qualidade da informação em saúde retratando de forma mais fidedigna a realidade em saúde.

O trabalho “Hipertensão e Diabetes: A importância das medidas de controle na minimização destes agravos”, mostra como é fundamental a alimentação e acompanhamento multiprofissional no controle do diabetes e da hipertensão. Além disso, foi enfocado que não existe causa única às doenças cardiovasculares, mas vários fatores de risco, sendo a hipertensão e o diabetes os principais.

O fomento à alimentação dos sistemas de informação (Hiperdia), a ampliação da busca ativa através de medição da pressão arterial e da glicemia capilar, visita domiciliar da saúde da família, estímulo ao acompanhamento ambulatorial e domiciliar, entre outros, são fatores importantes à melhoria da qualidade da atenção. Constatou-se também que com a descentralização das ações, reduziu-se os encaminhamentos. Só os casos mais graves e complicados chegam às unidades especializadas. Em 2005, a morbidade hospitalar por doenças cardiovasculares diminuiu e o número de pacientes cadastrados no programa cresceu em 15%, totalizando 6.453 inscritos e acompanhados.

A participação do usuário na estruturação da rede municipal de saúde foi o tema do projeto “Ouvidoria em Saúde: A participação popular na construção do sistema público de saúde”. Em Macaé, o papel de ampliar a participação popular se deu também pela ouvidoria, defendendo os interesses da coletividade e buscando a excelência do serviço prestado para a melhoria da assistência à saúde da população.

Aplicou-se questionários para se obter informações a respeito da percepção sobre o sistema de saúde e sobre a política do setor no município buscando elementos que se encaminhem para uma proposta de implementação de ações de educação em saúde, para conhecimento da política de saúde local pelo usuário.

A colaboração da população no sistema municipal de saúde foi incorporada com a constituição de conselhos de saúde que ampliaram o controle social. E isto é observada no contexto político-histórico de seu desenvolvimento, no processo de descentralização político-administrativa da saúde com o fortalecimento da municipalização das ações e serviços.

O projeto “O Processo de Humanização nos Serviços de Saúde”, foi implantado com o objetivo de proporcionar ao usuário do SUS uma melhor atenção na busca de assistência fazendo com que ele se sinta inserido no sistema com participação mais efetiva dentro do processo de controle social. Estas ações são realizadas em parceria onde são oferecidas aos profissionais de saúde e usuários uma melhor integração na realização do atendimento, através de um programa de humanização.

A Coordenação de Saúde Coletiva através dos seus programas realizará nas unidades de saúde, através dos facilitadores do Programa de Educação Permanente /Humanização reuniões, debates, questionários, sistemas de coleta de informações dos profissionais e dos usuários para avaliação e identificação dos problemas mais relevantes de forma que as intervenções se façam de maneira mais precisa. Com esse trabalho se busca a melhor relação profissional de saúde/usuário, uma maior integração da comunidade com o serviço de saúde local e seus profissionais e consequentemente uma melhor qualidade de vida, pois altera-se também o perfil epidemiológico do município, ocasionando elaboração de novas ações de saúde num processo de avaliação e atualização constante.

Os trabalhos da Saúde Coletiva serão apresentados pela: coordenadora de Saúde Coletiva, Laila Nunes, a responsável pelo setor de Planejamento e Projetos, Lenise N. Mendonça, as responsáveis pela Divisão de Informação e Análise de Dados, Tereza Cabral e Alessandra Lisboa e a Assistente Social, Angélica Carvalho.