Foto: João Barreto
Para prefeito, a humanização é fundamental para a evolução constante da rede de saúde
Melhorar a qualidade da assistência em saúde, com foco no usuário e no atendimento humanizado. Esse é o objetivo da Prefeitura de Macaé ao aderir ao Curso de Especialização em Preceptoria no SUS, uma parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa Sírio Libanês e o Ministério da Saúde. Uma oficina de trabalho promovida na Cidade Universitária, nesta quarta-feira (19), discutiu projetos aplicativos sobre o curso e reuniu o prefeito Dr. Aluizio, a secretária de Saúde, Edelzita Lisboa, preceptores, alunos do curso, vereadores, professores e acadêmicos de graduações do local.
Macaé é um dos 118 municípios do Brasil a receber o curso de Preceptoria no SUS, que começou em março e vai até novembro, é semipresencial e capacita 18 profissionais da rede como médicos, enfermeiros, psicólogos, odontólogos, fisioterapeutas e nutricionistas que atuam na atenção básica, alta complexidade e no ensino. A capacitação implantada em parceria com Sírio Libanês e Ministério da Saúde vai ao encontro da humanização estabelecida pelo governo e da integração das redes de saúde e de ensino.
- A saúde é um processo em construção e que nunca estará pronto, mas que deve ser pautada pelo cuidado com o ser humano. Atenção básica é fundamental, o cirurgião é fundamental, como tudo é fundamental quando se pensa em paciente. A única verdade da medicina da saúde é curar se possível, aliviar se possível, consolar sempre. Não adianta se afastar dessa premissa nunca - disse o prefeito Dr. Aluizio.
Segundo o prefeito, ensinar é um dever do profissional de saúde e o espaço de ensino é o local do cidadão. "Cuidar é criar solução, desvencilhar cuidado e gestão é um erro. É preciso evoluir sempre, apesar da dificuldade. É lembrar que na emergência que as coisas começam a ser ensinadas, e não está no conhecimento intelectual, está no cuidar", pontuou o prefeito, que é médico.
A Secretária de Saúde, Edelzita Lisboa, destacou a importância da discussão sobre incremento da assistência em saúde, com foco maior para quem usa o SUS. "A qualificação mostra um esforço para a melhoria", classificou.
Já o presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereador Welberth Rezende, propôs a criação de um grupo de trabalho de aplicação prática para que os assuntos discutidos na oficina desta quarta-feira se tornem um fórum permanente de discussão. Os vereadores Márcio Bittencourt, Marcel Silvano e Neto também participaram.
Prefeitura integra ensino e saúde com ampliação do conhecimento
De acordo com o coordenador geral do Programa de Residência Médica em Clínica Médica da prefeitura, Sávio Mussi, o curso capacita profissionais da rede de saúde que atuam em variados pontos, em atividades de ensino em serviço. "Esses profissionais atuam na assistência e na atividade de ensino de saúde, sejam eles graduandos, estagiários, pós-graduandos, e assim por diante", informou.
O coordenador afirmou que o produto do curso é a melhoria da integração entre ensino e saúde. "A capacitação e a preceptoria formam o pilar para sustentação das atividades de ensino, associada à assistência. Vários indicadores mostram que quando as atividades de ensino estão fortalecidas em locais de assistência, a qualidade da assistência melhora, os indicadores melhoram e o resultado final, que é o cuidado do usuário, também melhora", comentou.
A professora do departamento de Psiquiatria e Medicina Legal da UFRJ e Facilitadora do curso PSUS do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio Libanês, Paula Cerqueira, afirmou que quanto mais ferramentas e tecnologias de cuidado o profissional de saúde tem para pensar como cuidar, como tratar, como inserir na rede, mais os cenários de prática para o estudante e os serviços para a população são incrementados. "Então se um profissional recebe um paciente e é atualizado, pensando em novas tecnologias de cuidado, de como tratar, como melhorar a qualidade, transmitindo isso para o aluno, essa ação produz acessibilidade para a rede de saúde", definiu.
Segundo ela, o curso entende que não é mais possível pensar "em caixinha". "Há uma indissociabilidade entre ensino, assistência e gestão, por isso a gente trabalha atualizando novas caixas de ferramenta para os profissionais atuarem na rede, na assistência. Trabalhar tecnologia de cuidado, com foco humanizado, é fundamental", assinalou.
Integrantes do curso de Preceptoria no SUS e representantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ampliaram as discussões durante a oficina de trabalho. A neonatologista coordenadora da UTI Neonatal do HPM e Professora da UFRJ, Michele Thomaz, fez uma apresentação do contexto da preceptoria.
Preceptor une ensino e prática
Preceptor é aquele profissional que atua no cenário de prática no qual o educando está inserido e que tem o papel de articular ensino e serviço, levando em consideração os conhecimentos acadêmicos associados às expertises individuais nos diferentes cenários de prática.
A oficina de trabalho teve apoio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (PROAD-SUS); Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS).