Quem marcar presença no Solar dos Mellos até a primeira quinzena de setembro poderá curtir uma exposição para lá de especial: “A comemoração dos 120 anos de Álvaro Marins (Seth), história e arte”. Para aqueles que não sabem, Seth (1891 – 1949) foi um desenhista, jornalista e animador macaense conhecido nacionalmente.
Ele escreveu textos-legendas e desenhou 188 gravuras, relatando por meio de imagens reais cenas brasileiras que vão do período colonial até o primeiro governo de Getúlio Vargas. Tudo isso foi feito no livro “O Brasil pela Imagem”, que também consta dessa exposição. Na exposição, aberta das 9h às 17h, no Solar dos Mellos, há três banners contando sobre a comemoração dos 120 anos de nascimento dele, ocorrida no dia 18 de janeiro de 2011.
Outro banner mostra que Seth foi o pioneiro na arte da animação no país. Em 1917, foi exibida a primeira animação brasileira, intitulada “O Kaiser”, fazendo uma crítica política a respeito da Primeira Grande Guerra Mundial. Essa exibição ocorreu no cine Pathé, na cidade do Rio de Janeiro.
Reprodução Fotográfica
Ainda há na exposição sete reproduções fotográficas de desenhos do livro “O Brasil pela Imagem”, feitas pela fotógrafa Cláudia Barreto. Uma delas refere-se às primeiras festividades religiosas em terras brasileiras. Outra trata da imensidão da floresta no país. Uma terceira mostra a primeira locomotiva, chamada de “A Baronesa”.
Cláudia Barreto também clicou desenhos do primeiro engenho de açúcar no Brasil e o da revolta de escravos em Palmares. Como não poderia deixar de ser, o desenho do enforcamento de Mota Coqueiro, feito pelo macaense Seth, também foi reproduzido pela fotógrafa.
Notoriedade de Seth no Brasil de sua época
Segundo o vice-presidente de Acervo e Patrimônio Histórico da Fundação Macaé de Cultura, professor de História Ricardo Meirelles, apesar da notoriedade de Seth no país, na época da efervescência cultural de seu trabalho, tanto como jornalista, desenhista e animador, ele é pouco conhecido dos macaenses nos tempos atuais.
- Seth era muito talentoso numa época em que não existiam os recursos tecnológicos da atualidade. Ele foi muito evoluído para seu tempo – opina Meirelles, acrescentando que“os estudantes das redes municipal, estadual e particular de ensino, que têm visto essa exposição, estão maravilhados com a possibilidade de ampliação de seus horizontes”.
Segundo pesquisas no local, a juventude fica fascinada com as imagens contidas na exposição, que está disponível no Solar dos Mellos (Rua Conde de Araruama 248, Centro), desde o mês de maio.
Trabalho Árduo
O professor Ricardo Meirelles observou que "essa exposição é fruto de trabalho árduo da equipe do Solar dos Mellos, composta por Leonardo Saleh (arte gráfica), Glória Salgado (correção ortográfica), Salma Marques (curadora), Alice Tavares (pesquisa na Biblioteca Nacional), Conceição Franco (texto e pesquisa) e Cláudia Barreto (reprodução fotográfica).
