Foto: Moisés Bruno
Com o tema “Por uma Fé sem Racismo”, o Fórum se consolidou como espaço de resistência e acolhimento
A prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, em parceria com o Conselho da Igualdade Racial de Macaé, realizou nesta quarta-feira (13) o Fórum Inter-Religioso. O evento aconteceu no Auditório Claudio Ulpiano, Bloco A, na Cidade Universitária, reunindo líderes religiosos, representantes da sociedade civil, educadores e autoridades locais e regionais. Foi um encontro histórico que reafirmou o papel da fé como ponte para a inclusão e o respeito às diferenças.
Com o tema “Por uma Fé sem Racismo”, o Fórum se consolidou como espaço de resistência e acolhimento, promovendo reflexões contemporâneas e debates teológicos sobre como construir uma sociedade livre de desigualdades históricas e estruturais. A proposta foi clara: reconhecer a espiritualidade como força ativa na promoção da justiça, assumindo um compromisso ético, social e político.
O encontro foi marcado por emoção, diálogo e escuta ativa, valorizando a fé espiritual de cada participante como ferramenta de construção coletiva nos templos, terreiros e igrejas. A diversidade religiosa — da umbanda, budismo, catolicismo, espiritismo e evangelismo — foi celebrada como potência transformadora na luta pela equidade racial.
Durante o Fórum, palestrantes e público debateram os pilares de uma fé antirracista, inclusiva e acolhedora, consciente da história, educadora e transformadora, profética e corajosa. A mensagem foi contundente: “não basta não ser racista — é preciso combater o racismo com posicionamentos firmes contra práticas discriminatórias, dentro e fora dos espaços religiosos”, disse a presidente do Conselho, Fernanda Machado.
Momento cultural e presença de autoridades
A abertura do evento presenteou o público com momento cultural com a apresentação do Centro Caboclo Sete Flechas, conduzido por Márcia Rocha Davi, a Mãe Márcia de Iansã, sacerdotisa de umbanda que compôs a mesa solene ao lado da secretária Ingrid Aprígio; da presidente do Conselho; e de outros líderes religiosos.
O Fórum recebeu ainda o professor-doutor Babalaô Ivanir dos Santos; o reverendo Aécio Pinto Duarte, da Igreja Batista; e o padre Mauro Sérgio Souza Nunes, da Igreja Católica, administrador da Paróquia São João Batista, em Macaé. Também participaram o terapeuta sistêmico Sauller Barcelos, que abordou a Doutrina Espírita; Sylvio Luiz Pacheco, responsável pelo desenvolvimento e coordenação do polo budista no Norte e Noroeste; e Andressa Oliveira, representando o deputado federal, pastor Henrique Vieira. Os debates foram mediados pela subsecretária da Igualdade Racial, Scheila Juvêncio.
“Nos unimos para afirmar o que deveria ser óbvio: toda fé é digna, toda pessoa é vida e merece respeito. Nós construímos juntos o compromisso real contra o racismo. Este Fórum é lugar de resistência e também de afeto, cuidado e encontros. A fé não pode ser usada como instrumento de exclusão”, declarou a secretária Ingrid.
Ela destacou que o Fórum Inter-Religioso integra uma série de ações que refletem os avanços do município na valorização da ancestralidade e no combate às formas de discriminação. “Temos na legislação municipal a Lei 4920/2022, que prevê um espaço para a discussão da temática, e a liberdade religiosa é um direito garantido pela Constituição Federal do Brasil”, concluiu.